Maioria não concorda com a eliminação dos feriados do Corpo de Deus e Todos os Santos. Mas há quem entenda que é um bom «castigo» para alguns cristãos
Maioria não concorda com a eliminação dos feriados do Corpo de Deus e Todos os Santos. Mas há quem entenda que é um bom «castigo» para alguns cristãos O acordo entre o governo português e a Santa Sé, para eliminar temporariamente os feriados do Corpo de Deus e de Todos os Santos, não agrada à maioria dos cristãos entrevistados esta quarta-feira pela Fátima Missionária. O sentimento comum é que, além de se estar a alterar uma tradição religiosa, a abolição destes dias de descanso não vai ajudar em nada a recuperação económica do país. Não são estes quatro dias [contando com os feriados civis também a eliminar] que vão fazer o país mudar. São feriados, têm tradição, e como tal, deviam manter-se, disse Celeste Maris, 43 anos, natural de Barcelos. acho mal, sobretudo tirarem o dia de Todos os Santos, porque é a altura em que muitas pessoas aproveitam para ir ao cemitério rezar pelos familiares já falecidos, acrescentou Maria Francelina, 43 anos, residente em Matosinhos. anabela Pereira, 40 anos, também de Matosinhos, tem uma opinião um pouco diferente. Para esta empregada de balcão, a abolição do Corpo de Deus não tem pés nem cabeça, nem vai ajudar em nada a combater a crise. Já a eliminação do dia de Todos os Santos, merece a sua aprovação e encara-o quase como um castigo pela forma como muitos crentes o comemoram: É um dia de vaidade. Muitas pessoas estão o ano inteiro sem pôr os pés no cemitério e naquele dia gastam fortunas em flores só para se mostrarem. O acordo entra em vigor em 2013 e deverá prolongar-se durante os próximos cinco anos. a celebração do Corpo de Deus, até agora assinalada numa quinta-feira, 60 dias depois da Páscoa, será transferida para o domingo seguinte. Quanto ao dia de Todos os Santos, mantém-se no dia 1 de novembro, mas sem o caráter de feriado. Por parte do Estado, são eliminados os feriados de 5 de outubro (implantação da República) e 1 de dezembro (restauração da independência).