Portugal vive situação em que está “em causa o direito ao trabalho, esteio estruturante da dignidade da pessoa”. Documento assinala o 1 de maio
Portugal vive situação em que está “em causa o direito ao trabalho, esteio estruturante da dignidade da pessoa”. Documento assinala o 1 de maio a gravíssima situação que estamos a viver, como a define a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra – com um insuportável aumento de desemprego que põe em causa o direito ao trabalho, esteio estruturante da dignidade da pessoa – motivou uma reflexão deste organismo para assinalar o 1 de maio, sob o título Desemprego e Confiança.

Fomos invadidos por uma explosiva falta de confiança, argumenta esta comissão, alimentada pelas (in)decisões governamentais com avanços e recuos, pelo sentimento generalizado de injustiça na distribuição dos sacrifícios, pela crescente sensação de que a austeridade imposta, até para lá da troica, não está a produzir os efeitos anunciados, e, sobretudo, pela falta de informação clara e convincente de que as medidas tomadas são realmente para superar a crise.

O texto nota que o facto dos últimos dados apontarem para mais de um milhão de pessoas à procura de emprego significa que estamos a viver uma realidade verdadeiramente inaceitável. Para ultrapassar esta situação são apontados vários caminhos, para a sociedade, para as empresas, para o Governo, para os parceiros sociais, recordando alguns princípios da Doutrina Social da Igreja e algumas situações dramáticas da nossa realidade.

Como conclui a Comissão Justiça e Paz, a sustentabilidade de uma relativa tranquilidade social e de uma paz ao serviço da democracia, não obstante o desemprego que grassa e os sacrifícios exigidos, passa necessariamente pelo sentir que todos contribuímos na medida e proporção das nossas possibilidades e no respeito pelo princípio da subsidiariedade, para resolver um problema que é comum. Porque, já se sabe, um povo sem confiança é um país anestesiado e adiado.