a afirmação não é do primeiro-ministro, nem do ministro das finanças. Tão pouco do da economia. é simplesmente da ministra da justiça de Portugal, Paula Teixeira da Cruz. é grave! Corresponderá à realidade da nação?
a afirmação não é do primeiro-ministro, nem do ministro das finanças. Tão pouco do da economia. é simplesmente da ministra da justiça de Portugal, Paula Teixeira da Cruz. é grave! Corresponderá à realidade da nação?Tudo indica que a ministra tenha razão. Efetivamente caminhamos, a passos largos, para o caos económico. a frase foi proferida na passada sexta-feira em Guimarães e surgiu em resposta ao apelo ao Tribunal Constitucional (TC) do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública no sentido de que aquele TC reprovasse o Orçamento de Estado. a ministra afirmou ainda: "Percebo a dor. É impossível não perceber, quando um casal de funcionários públicos fica com menos quatro subsídios e menos 20 por cento do rendimento". E acrescentou: "Não é possível outra solução, nem era possível no âmbito do programa de assistência financeira nem no tempo exigido pelo programa de assistência financeira".como corolário disse ainda: O país chegou, de facto, à bancarrota". Se atendermos às notícias que nos surgem diariamente, verificamos que a situação económica do país está a atingir uma situação limite. Vejamos o exemplo dos desempregados, a subir em flecha. a Segurança Social despendeu mais 118,2 milhões de euros em subsídios de desemprego nos primeiros três meses deste ano do que em igual período do ano passado. Ou seja mais 23%. São dados da Direção-geral do Orçamento (DGO) divulgados esta sexta-feira, 20 de abril. No Estado, a despesa aumentou e a receita diminuiu. O aumento foi de 3,5 por cento, enquanto a receita diminuiu 4,4 por cento nos três primeiros meses do ano, embora o governo dê a garantia de que estes números não põem em causa os objetivos orçamentais. Do lado da receita, a quebra é sobretudo influenciada pelos impostos, onde houve uma redução de 5,8 por cento. No que respeita à despesa, o governo assinala o impacto da transferência de capital para a RTP, que ascendeu a 380 milhões de euros. O trabalho deste executivo não é fácil de avaliar, pois até ao momento as notícias que vão surgindo referem a preocupação dos cortes em tudo o que mexe e está parado. a maior parte dos cortes não é explicado e não sabemos se alguns terão mesmo explicação aceitável. O denominador comum para a situação é o cumprimento do acordo com a troica, mas a verdade é que a finalidade da mesma é assegurar o pagamento da dívida e correspondentes juros por parte do Governo Português. Quanto ao crescimento económico do país, quase nada consta, mas não será possível pagar o empréstimo e os juros se não houver crescimento económico. O que se nota nos planos de recuperação para a crise é que as medidas tomadas vão no sentido da persistência dos erros e até do seu aprofundamento. O modelo de crescimento atual (se existe) já deu o que tinha a dar, mas parece que os economistas que trabalham para o governo ainda não deram por isso.
Começam a surgir algumas vozes mais avisadas, como é o caso de Poul Thomsen, responsável do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), que afirmou que o programa de ajuda externa a Portugal só terá sucesso se o país resolver os seus problemas estruturais profundos. Mas disse mais: Não deve haver dúvida que estes programas, particularmente da Grécia e de Portugal, que têm problemas estruturais profundos, vão falhar se forem só de consolidação orçamental e desalavancagem financeira. Só vão ter sucesso com reformas estruturais para lidar com o problema de competitividade. É o assunto chave para estes países no futuro, referiu. Mas de que tipo de reformas estruturais estamos a falar? Portugal precisa de profundas reformas na educação, na justiça, nas áreas fiscais e laborais, na inovação social, para aproveitar as oportunidades abertas pela economia global. Em termos muito simples, é necessário criar um sistema económico e social adequado à globalização, mas para isso, é preciso fazer estudos a sério e investir em novas ideias.