a frase teria sido proferida pelo ex-presidente da República Mário Soares. O carro que o conduzia rodava na a8 em excesso de velocidade e o guarda da GNR explicava a forma de pagamento da coima ou apreensão de carta ao condutor
a frase teria sido proferida pelo ex-presidente da República Mário Soares. O carro que o conduzia rodava na a8 em excesso de velocidade e o guarda da GNR explicava a forma de pagamento da coima ou apreensão de carta ao condutor a história conta-se em poucas palavras. O ex-presidente viajava com o seu motorista a caminho do Porto, para um debate sobre Portugal, a crise e a importância da CPLP, que ocorreu na Universidade Católica (UC) no passado dia 3 de abril. a viatura seguia a 199km/hora na a8, zona de Leiria, e o motorista ficou com a carta apreendida. a notícia foi avançada por um diário nacional nos dias 3 e 4 de abril e fez manchete em várias publicações durante a semana.
Na sua intervenção na UC Mário Soares referiu: Estamos rodeados de políticos medíocres. a ironia do destino tem destas coisas, frases corretas proferidas por políticos, mas que não correspondem à sua (deles) prática. Mais tarde, o ex-presidente viria a confirmar que o pagamento de multas não estava previsto nas regalias de que dispõe inerentes à sua condição de ex-presidente,tendo afirmado que a pagou. a talho de foice, recordamos que os antigos presidentes da República representam uma despesa de um milhão de euros por ano – prevista no orçamento do Estado. Têm direito a uma subvenção vitalícia de 80% do salário do presidente em funções e ainda ao uso de automóvel de Estado, com direito a condutor e combustível, gabinete de trabalho com assessor e secretário, passaporte diplomático e ajudas de custo equivalentes às do primeiro-ministro.
Rui Zink, vice-presidente da aCaM – associação dos Cidadãos auto-Mobilizados, afirmou ao referido diário (05. 04. 12): Mário Soares deu um triste exemplo dos defeitos dos nossos políticos, que parecem achar que as leis são só para os outros. Sobretudo pós 25 de abril, eles oferecem-nos diariamente este tipo de exemplos, que é como quem diz faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço. Infelizmente os espelhos são muitos e variados. Tivemos esta semana (quarta-feira) mais uma confirmação. O Governo não permitiu a tolerância de ponto aos funcionários públicos, mas os deputados gozaram folga na tarde de Quinta-feira Santa. Segundo parece foi uma decisão tomada por unanimidade na Conferência de Líderes, ou seja, por acordo entre todos os grupos parlamentares, como declarou assunção Esteves, presidente do Parlamento. É necessário esclarecer que os funcionários do Parlamento não tiveram dispensa no período da tarde! Dois pesos e duas medidas, como se vê.
Não é fácil aos portugueses compreenderem este tipo de atitudes, sobretudo provindas de gente com responsabilidades acrescidas, em resultado da sua proeminência política. Este país está como que a meio de um túnel. Necessita de discernimento para seguir em frente e não é com estes exemplos que o consegue, pelo contrário, sente desilusão. a maior parte destes políticos, novos ou menos novos, continua a agarrar-se aos seus interesses pessoais ou coletivos, sobretudo partidários, quando deviam estar na primeira linha da defesa dos interesses de todos os portugueses, pois foi exatamente para isso que os elegeram, convém não esquecer.
a Igreja nas suas celebrações reza habitualmente pelos nossos governantes. Vamos continuar a fazê-lo de coração aberto. Que o Senhor os ilumine. Certamente que, em Domingo de Páscoa, seria interessante tratar de um tema exclusivamente religioso, mas a verdade é que temos um tempo de vida terrena para usufruir – esta não é mais que o caminho para o além – com tudo o que de bom e de injusto abarca. Hoje comemoramos o triunfo da Verdade no Ressuscitado, aquele que sendo Deus quis assumir a nossa humanidade. Festejemos com Ele o dom supremo da vida, na esperança de, um dia, podermos estar em comunhão com Ele e com todos os nossos irmãos que esperam o dom da sua contemplação divina. Um santo dia de Páscoa para todos.