Fogem da crise político-militar do Mali para os países limítrofes. Mais de 200 mil civis buscam refúgio na Mauritânia, Burkina Faso e argélia, em condições humanitárias muito degradadasFogem da crise político-militar do Mali para os países limítrofes. Mais de 200 mil civis buscam refúgio na Mauritânia, Burkina Faso e argélia, em condições humanitárias muito degradadasO alto-comissário para os Refugiados lançou um apelo para socorrer os malianos que estão a fugir do seu país, sobretudo crianças. Centena e meia de menores já estão a ser assistidos por uma organização, a SOS aldeia das Crianças, presente no Mali desde 1987. Mas a grande maioria não tem qualquer tipo de assistência. as crianças da aldeia SOS de Sokura Mopti, situada numa zona estratégica entre o rio Níger e a capital, tiveram de ser evacuadas. De momento não se sabe qual será o seu futuro. Em situações de guerra as crianças são sempre as primeiras vítimas, juntando traumas sobre traumas. as poucas informações provenientes do terreno indicam que, no Norte do país, os tuaregues lutam para se tornarem independentes do Mali. as últimas notícias relatam que por trás destes confrontos estarão grupos islâmicos. Já terão tomado três centros importantes. Em Gao, os rebeldes tuaregues terão destruído a igreja e a sede da Cáritas. Esta organização ligada à Igreja tem estado a fornecer ajuda alimentar e sementes a mais de 100 mil pessoas afetadas por uma grave crise alimentar. Muitos católicos de Gao fugiram, tendo permanecido apenas duas centenas, que temem pela sua sorte, informa o diretor da Cáritas local Jean-Jacques. Sábado, 31 de março, o nosso pessoal fugiu todo. O sacerdote acrescenta: Tivemos conhecimento que o centro e a igreja foram destruídos. Recebemos muitos telefonemas e dizem-nos que estão escondidos e têm medo. O golpe de estado que, em março, fez cair o presidente amadou Toumani Toure agravou a situação de insegurança. a crise política e militar levou a que muitos malianos fugissem. Mas em Bamako, a capital, a situação mantém-se tranquila. Interrompemos temporariamente os nossos programas em Gao e Mopti, informa o secretário-geral da Cáritas do Mali, Théodore Togo. Se os movimentos islâmicos limitarem a sua ação ao Norte, o programa de ajuda alimentar não sofrerá limitações nas outras zonas, esclarece o responsável da organização.