a Europa ficou atónita e chocada com o recente atentado de Toulouse, França, dirigido contra a comunidade hebraica
a Europa ficou atónita e chocada com o recente atentado de Toulouse, França, dirigido contra a comunidade hebraicaNum gesto louco, um jovem franco-argelino, de 24 anos, confesso militante da al Qaeda, matou quatro pessoas, diante de uma escola hebraica. Três eram crianças. Nenhuma religião pode aceitar ou admitir o uso da violência que desrespeita a vida humana. Mas seria um erro grosseiro confundir o Islão com o terrorismo, assim como não se pode confundir um jovem alucinado com a maioria da comunidade muçulmana que vive em França. Mais de dois terços dos cinco milhões de membros da comunidade muçulmana nasceram em França e têm nacionalidade francesa. Já não podem ser considerados imigrantes estrangeiros, mas cidadãos franceses que querem viver a sua fé muçulmana. Porém, sentem-se cada vez mais relegados para os guetos de bairros populares e para as periferias das cidades, onde experimentam dificuldades sociais acrescidas. O fenómeno regista-se em toda a Europa e traduz um défice acentuado de integração ou uma integração mal conseguida. Sobretudo os jovens sentem-se excluídos da sociedade e andam em busca de uma identidade própria e forte. Diante da precariedade e da ausência de uma vida social normal e integrada, muitos refugiam-se em motivações ou percursos religiosos pouco esclarecidos ou construídos sobre a ignorância religiosa. Chegam a utilizar o nome de Deus para realizar atos que são verdadeira perversão da religião. Factos como os ocorridos em Toulouse obrigam a refletir tanto os políticos como os líderes religiosos. Linguagens políticas e mediáticas agressivas, discursos de desprezo ou de intolerância só podem favorecer uma cultura belicosa e instigar gestos de demência. Uma cultura de resolução pacífica dos conflitos requer o empenho em abrir-se ao próximo, abrir as portas das famílias e dos templos para conhecer o outro, abater os medos, eliminar a ignorância e favorecer o encontro. Casos de intolerância e de discriminação religiosa eram, até há pouco tempo, relacionados com países do chamado terceiro mundo. Ultimamente, os meios de comunicação deram voz ao sofrimento anónimo e à restrição dos direitos e liberdades de cristãos da Europa. Recentemente publicado, o relatório de 2011 do Observatório sobre Intolerância e Discriminação denuncia casos ocorridos no continente europeu contra cristãos. Os factos descritos versam sobre a objeção de consciência a questões como a eutanásia, o aborto ou sobre a exclusão de cristãos da vida social e pública. Citam-se numerosíssimos casos de vandalismo e profanação de igrejas, e muitos outros atos de intolerância. Viver e testemunhar a própria fé não deverá ser nunca sentido como culpa ou fragilidade, mas como exercício da liberdade, benéfico para todos, crentes ou não. a liberdade religiosa é um pilar fundamental da construção europeia e caminho para a convivência multicultural e plurirreligiosa. Celebramos a Páscoa cristã. É o gesto supremo de amor d’aquele que reconcilia os homens com Deus e entre si. Em tempos favoráveis a tensões sociais, Fátima Missionária apresenta votos de paz e entendimento entre as famíliase entre as diferentes comunidades culturais e religiosas.