“Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou, e lhe deu o nome que está acima de todos os nomes”, lê-se na aclamação ao Evangelho da celebração que dá início à semana santa
“Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou, e lhe deu o nome que está acima de todos os nomes”, lê-se na aclamação ao Evangelho da celebração que dá início à semana santa a maior tragédia dos países que já foram cristãos, para quem Deus e o seu Filho Jesus Salvador eram o centro da vida, é que muitos abandonaram a fé em Deus e no Messias. Explica a palavra de Deus por meio do profeta Jeremias (2,13): O meu povo cometeu um duplo crime: «abandonou-Me a Mim, nascente das águas vivas, e construiu para si cisternas rotas que não podem reter as águas. Mas Deus é um Deus de misericórdia e bondade infinitas. Ele enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, que foi condenado à morte pelos pecados da humanidade: carregou com as nossas culpas para que voltássemos a viver a filiação divina. É isso que vivemos na Semana Santa. Na celebração do mistério pascal procuramos descobrir e contemplar o significado do mistério do sofrimento e da morte que conduzem à glorificação. Na contemplação dum Deus bondade e misericórdia, como se pode entender o sofrimento? Sem dúvida, porque o pecado de adão e Eva e os nossos pecados destruíram a relação filial dos membros da humanidade com Deus. Era preciso refazer esta natureza humana taxada de pecado, de anti-Deus. É assim para a natureza inteira: uma flor, uma planta, ao morrerem, produzem um germe de novidade. É da morte do grão de trigo que germina a semente duma nova vida produtiva de muitos grãos de trigo novos. E assim, é da morte do Filho de Deus feito homem que nasce uma nova humanidade votada a uma vida divinizada e imortal. O Verbo sofrer não podia, enquanto Deus. ao vir ao mundo, diz Cristo ao Pai: Não te agradaram sacrifícios e holocaustos pelos pecados, mas preparaste-me um corpo (Hebreus 10, 6. 5). É este corpo assumido pelo Verbo no seio da Virgem Mãe que, pelo sofrimento da paixão dolorosa, salvará a humanidade da morte eterna e lhe obterá o direito a ressuscitar, como Ele próprio, o Senhor Jesus, ressuscitou. Da dor surge a glória, da morte vem a vida. Cantemos na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, choremos na sua paixão redentora, rejubilemos na sua ressurreição gloriosa. Sendo inocente, Ele entregou-se à morte pelos pecadores e, não tendo culpas, deixou-se condenar em vez dos culpados, alcançando-nos a justificação. Por isso nós proclamamos a sua glória (prefácio da missa). No seu caminho para o Calvário das nossas culpas, caminhemos ao lado do Senhor que se entregou à morte pela nossa vida e pela nossa felicidade. acompanhe-nos a Virgem Senhora do Pranto que, aos pés da cruz, nos aceitou com todo o carinho como seus filhos e filhas queridas. Boa e santa Semana.