após 30 anos de luta por um direito ancestral, Lula da Silva assinou o decreto de homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, reconhecendo aos povos indígenas um direito constitucional.
após 30 anos de luta por um direito ancestral, Lula da Silva assinou o decreto de homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, reconhecendo aos povos indígenas um direito constitucional. a 15 de abril de 2005, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto de homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, reconhecendo finalmente o direito constitucional dos povos indígenas Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Taurepang e Patamona, habitantes ancestrais daquele chão.

Depois do anúncio, certas elites latifundiárias e políticas locais, que são detentoras dos principais meios de comunicação do estado de Roraima, passaram a insuflar a população, principalmente na capital, Boa Vista, a fazer manifestações contra a homologação, sobre o falso pretexto de que, a partir de agora, “a economia vai desabar, deixando a população desempregada e, por conseguinte, “o estado de Roraima vai acabar”.

Estas afirmações irresponsáveis estão a ser divulgadas através de uma campanha maciça em rádios e jornais locais, levando um clima de insegurança à população que, muitas vezes pouco esclarecida, acaba por acreditar que a culpa dos problemas pelos quais estão a passar, principalmente o desemprego, é dos indígenas. O que está a gerar um clima muito tenso por aqui.

O próprio governador, Ottomoar Pinto, decretou sete dias de luto oficial no de Roraima, além de entrar na justiça com uma providência cautelar, questionando o decreto de homologação. anunciou retaliações de cunho administrativo, como a retirada das escolas estaduais da área indígena em questão, assim como postos de saúde, professores e médicos.

Desde que a homologação foi anunciada, indígenas, indigenistas e simpatizantes da causa começaram a ser ameaçados através de telefonemas anónimos. Na madrugada de 18 para 19 de abril, quando se comemora no Brasil o dia do í­ndio, uma bomba caseira foi lançada na casa do coordenador do Núcleo de Educação indígena da Universidade Federal de Roraima, incendiando parte da casa e o automóvel. Logo depois, ligaram para o professor dizendo que os próximos actos seriam conta suas filhas.

Hoje, 21 de abril, o comércio da cidade está s ser convidado a fechar as portas, em sinal de protesto. às 15 horas haverá uma manifestação contra a homologação no centro da cidade.

Prevendo a possível reação de descontentes com a homologação – que apesar de tratar-se de uma minoria, já deu sinais de insensatez promovendo ações como o cerco forçado à capital do estado, Boa Vista, a destruição de comunidades í­ndí­genas, invasão de órgãos públicos e sequestro de missionários – a polícia federal está a montar um plano especial de segurança no interior do estado, para garantir a ordem e a integridade física de indígenas e indigenistas favoráveis à homologação.

ao contrário do que se tem noticiado localmente, o inconformismo com a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol não reflete o pensamento da maioria da população. é o que prova a bandeira de luta dos principais movimentos populares e sociais organizados de Roraima que, juntamente com a diocese, vêm realizando uma campanha de informação e mobilização da população pela causa indígena: “Nunca Mais Roraima Sem os Povos indígenas!”.

a sociedade civil organizada tem vindo a promover palestras, encontros, programas de rádio, distribuição de panfletos, informativos, e tem realizado campanhas pela paz em Roraima e pelo respeito dos povos indígenas, historicamente perseguidos, capturados, subjugados, expulsos de suas terras e dizimados por buscarem junto da sociedade nacional o respeito e o reconhecimento de seus direitos.

Para obter maiores informações sobre a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol e sobre a luta dos povos indígenas de Roraima pelo reconhecimento de seus direitos, aceda a: Conselho indígena de Roraima