Em Moçambique, apenas 30 por cento das populações das áreas rurais contam com um acesso adequado à água. apesar dos progressos conseguidos, «Moçambique dificilmente alcançará os objetivos marcados pelas Nações Unidas», lamenta Francisco LermaEm Moçambique, apenas 30 por cento das populações das áreas rurais contam com um acesso adequado à água. apesar dos progressos conseguidos, «Moçambique dificilmente alcançará os objetivos marcados pelas Nações Unidas», lamenta Francisco Lermaas estatísticas são claras. «Entre os 20. 500. 000 habitantes do país, apenas 8. 600. 000 têm acesso à água, lembra Francisco Lerma, bispo de Gurué. Nas zonas rurais, onde mora a maior parte dos moçambicanos, o número de pessoas sem acesso à água potável é elevado. apenas 26 por cento da população beneficia deste bem essencial. «Nas zonas urbanas a situação melhora, com 72 por cento da população [com acesso à água], segundo os últimos dados oficiais, indica o prelado. «Nos centros urbanos o sistema de abastecimento tem mais de 40/45 anos, pelo que precisa de uma urgente reabilitação ou de uma total renovação. Isto cria situações muito difíceis: falta de água nos centros de saúde, escolas, internatos, mercados e até nas próprias moradias, explica o bispo de Gurué. Ir buscar água ao rio é uma das grandes preocupações das donas de casa moçambicanas, que recorrem à ajuda das crianças, nomeadamente das meninas, para assegurar a tarefa. «Caminham grandes distâncias para obter o precioso líquido, sem o qual não há higiene nem se pode cozinhar. Consequentemente há menos tempo para outras atividades produtivas e, no caso das crianças, «limita as oportunidades para a educação, lembra Francisco Lerma. a diocese de Gurué não escapa a esta realidade: as dificuldades em aceder aos recursos hídricos fazem sentir-se. « a escassez de recursos oficiais e o crescimento desordenado dos centros urbanos são os obstáculos mais comuns que dificultam a solução deste grave problema, afirma. Em Moçambique, nos últimos anos, tem-se registado avanços no alargamento da rede de água potável. Mas «com o ritmo atual, Moçambique dificilmente alcançará os objetivos marcados pelas Nações Unidas, o sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milénio: Reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável. Segundo as projeções atuais, apenas 68 por cento da população terá água potável até ao ano 2015, lamenta.