Paróquia do Guiúa, na diocese de Inhambane, evoca esta quinta-feira, dia 22, a memória das 24 pessoas mortas à catanada, há 20 anos. Quatro bebés sobreviveramParóquia do Guiúa, na diocese de Inhambane, evoca esta quinta-feira, dia 22, a memória das 24 pessoas mortas à catanada, há 20 anos. Quatro bebés sobreviveramUma cruz branca, erguida em terreno de areia, numa paisagem de cajueiros e coqueiros a perder de vista, assinala o local da tragédia. Na noite de 22 de março de 1992, os 24 catequistas do Centro Catequético do Guiúa, Inhambane, foram levados por um grupo de soldados para a zona de Chijuita e executados, de forma brutal, com golpes de catana. Teresa Balela, irmã franciscana Missionária de Maria, foi quem deu com os corpos. O cenário de horror ficou-lhe para sempre na memória. Não só pela violência do massacre, mas sobretudo porque encontrou vivos quatro bebés, no meio dos cadáveres. Tinham todos menos de um ano e sobreviveram alimentando-se do sangue das mães, contou a religiosa à FÁTIM a MISSIONÁRIa, em julho de 2009. até hoje, as vítimas não foram esquecidas pela diocese de Inhambane. Todos têm grande veneração pelos 24 mártires e, ano após ano, prestam-lhe sentida homenagem. Seja através de uma celebração litúrgica, seja com uma romaria ao cemitério onde os corpos estão sepultados, ou até com uma via-sacra entre o Centro Catequético dos Missionários da Consolata e o local do martírio, uma colina a três quilómetros de distância. « a narração do que aconteceu na madrugada do 22 de março de 1992, poderá um dia formar parte das páginas mais valorosas e dignas da História da Igreja em Moçambique. Oxalá que o sacrifício destes nossos irmãos e tantos outros, cujos nomes ficam escondidos no coração de Deus, seja início de tempos novos de renovação cristã e social, com raízes profundas nos valores autênticos da cultura do Evangelho, manifestou Francisco Lerma, bispo da diocese de Gurúé.