Há cada vez mais portugueses a emigrar. Vão à procura de um trabalho que lhes permita pagar as dívidas deixadas em Portugal e pedem apoio aos conterrâneos
Há cada vez mais portugueses a emigrar. Vão à procura de um trabalho que lhes permita pagar as dívidas deixadas em Portugal e pedem apoio aos conterrâneos a comunidade lusitana radicada em França tem a funcionar uma rede familiar de solidariedade para evitar que os novos emigrantes no país entrem em situações de emergência social, revelou à agência Lusa o coordenador da capelania católica portuguesa. Nos últimos três anos, Geraldo Finatto tem assistido a uma vaga muito forte de emigração portuguesa e notado um certo «aproveitamento das condições de quem chega, por parte dos empregadores. «Em cada missa que celebro vejo gente nova, que vem de Portugal. Uma pessoa da família ou a família inteira. Estas pessoas, «que já estudaram, que já estiveram economicamente bem em Portugal – com casa, carro, bom trabalho -, e que com a crise viram cair toda a subida social que tiveram, chegam à procura de trabalho, muitas vezes para tentar pagar as dívidas que deixaram no seu país, adiantou o padre. Segundo Geraldo Finatto, «a diferença entre esta e a primeira geração de emigrantes é que os primeiros vieram pobres mas sem dívidas e com perspetiva de ganhar para construir alguma coisa em Portugal. agora, embora tenham mais estudos, vêm para cá pagar as dívidas. apesar deste cenário, o sacerdote acredita que os portugueses que têm chegado a França nos últimos anos estão amparados por uma rede familiar e de solidariedade que os ajuda a decidir e contribui para impedir situações de emergência social.

Esta rede, resumiu, é mais extensa e funciona melhor do que noutros países da Europa, mas não é uma rede sem furos. O capelão reconhece que pode haver emigrantes a passar dificuldades escondidos atrás da vergonha: «Os portugueses não pedem ajuda. O emigrante sai do país para conseguir, para ganhar, para mudar de vida, para viver melhor. Para eles, que viveram bem em Portugal, é uma vergonha chegar e pedir ajuda, concluiu.