famílias inteiras abandonaram as suas casas para pedir abrigo aos Missionários da Consolata e os agricultores já não vão ao campo com medo de novos ataques
famílias inteiras abandonaram as suas casas para pedir abrigo aos Missionários da Consolata e os agricultores já não vão ao campo com medo de novos ataquesO movimento rebelde ugandês do Exército de Resistência do Senhor (LRa) está a causar muita miséria e condições desumanas após a sua incursão na província Orientale, da República Democrática do Congo (RDC). Em fevereiro, num ataque à aldeia de Bgaga, a 30 quilómetros de Mbengu, deitaram fogo ao camião de um comerciante, mataram várias pessoas, pilharam os bens e fizeram reféns. O ataque causou o pânico na aldeia e muitas pessoas fugiram em direção a Mbengu, para pedir ajuda aos missionários da Consolata. apesar de terem que andar quase duas horas para ter acesso a um telefone, os nossos padres tornaram-se porta-vozes desta gente humilde e sem teto. após as investidas dos rebeldes, parte da população em fuga resguardou-se nas instalações dos missionários, em Mbengu, e nas aldeias vizinhas. a missão tornou-se demasiado pequena, com muitos refugiados e sem infraestruturas adequadas. Sendo esta uma zona rural, em que quase todos vivem da agricultura, a insegurança fez cair a produção. as pessoas têm medo de ir para os campos por causa dos agressores. E muitas fugiram para a cidade de Dungu, sede administrativa do território e da diocese, onde passaram a sobreviver em condições de grande precaridade e vulnerabilidade. Felizmente, os padres do Instituto dos Missionários da Consolata (IMC) puderam contar com a colaboração de alguns organismos humanitários, como a Caritas e o Programa alimentar Mundial das Nações Unidas, para as ajudar. Desde essa altura, para evitar o confronto com o exército do governo e contornar o forte caudal do rio Kibali, aumentado pelas chuvas, o LR a mudou de estratégia e dividiu-se em pequenos grupos, tipo guerrilha, para assaltar outras aldeias e localidades, principalmente durante as festas, nas celebrações e nos dias de mercado. alterou também a zona geográfica de intervenção e começou a atacar no lado norte, na zona de Ngilima e Bangadi. O bispo de Dungu-Doruma, Richard Domba, assegura que «o LR a existe e é uma preocupante fonte de instabilidade na região. Mas o governo de Joseph Kabila , através do seu porta-voz não admite a presença permanente e perigosa do LRa. Diz que se trata apenas de uma pequena fação. a situação é muito difícil. a Igreja, os padres, as irmãs e os irmãos são a única esperança da população abandonada. O responsável pela comissão de Justiça e Paz da região, padre Benoit Kinalego, tem sido incansável a denunciar as injustiças e a criticar o governo central pela indiferença para com o povo. Queixa-se que os soldados, em vez de ajudarem a população, fazem apreensões injustas, exigem o pagamento de multas e colaboram com os chefes tradicionais corruptos para oprimir as pessoas. a expectativa é que um dia consigam prender o chefe rebelde do LRa, Joseph Kony, o que será uma boa noticia para o mundo, em particular para o povo de Gulu (Uganda), Sudão do Sul, Republica Democrática do Congo (Província Orientale) e República Centro-africana.