Não serve à humanidade, desumaniza-a, afirmou o Papa, antes do angelus, aos peregrinos reunidos na praça de São Pedro, lançando um apelo a favor das populações de Madagáscar
Não serve à humanidade, desumaniza-a, afirmou o Papa, antes do angelus, aos peregrinos reunidos na praça de São Pedro, lançando um apelo a favor das populações de Madagáscar a violência é contrária ao Reino de Deus, é um instrumento do anticristo. Nunca serve à humanidade, mas desumaniza-se, reafirmou Bento XVI antes da recitação do angelus ao meio dia. O Papa comentou o trecho evangélico da purificação do templo, lido na liturgia deste terceiro domingo da Quaresma, informa a Rádio Vaticano. O texto foi, muitas vezes, interpretado em sentido politico-revolucionário, colocando Jesus na linha do movimento dos zelotas que eram zelosos pela lei de Deus e estavam prontos a usar a violência para a fazer respeitar. Dirigindo-se às cerca de 40 mil pessoas presentes na Praça de S. Pedro, Bento XVI recordou a este propósito que, no tempo de Jesus, esperavam um messias que libertasse Israel do domínio dos romanos. Jesus desiludiu esta expectativa, tanto é verdade que alguns discípulos o abandonaram e Judas Iscariotes até o atraiçoou. Esclarece o Papa que é impossível interpretar Jesus como um violento. No fim de contas, as palavras que Jesus disse fazendo o gesto: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio!, citam o salmo 69 que diz: O zelo da vossa casa consumiu-me. Trata-se de uma invocação de ajuda numa situação de perigo extremo por causa do ódio dos inimigos: a situação que Jesus viverá na sua paixão. O zelo pelo Pai e pela sua casa levá-lo-á até á cruz: portanto o seu é o zelo do amor que paga pessoalmente, e não o zelo que quer servir Deus mediante a violência. Depois da recitação do angelus o Papa dirigiu o seu pensamento “às queridas populações de Madagáscar” que recentemente foram atingidas por violentas calamidades naturais, com graves prejuízos para as pessoas, estruturas e cultivações. Enquanto asseguro a minha oração pelas vítimas e pelas famílias mais provadas, desejo e encorajo o generoso socorro da comunidade internacional. Dirigindo-se aos peregrinos portugueses e brasileiros, o Papa augurou que a prática do jejum, da esmola e da oração vos ajude a experimentar a presença misericordiosa do Senhor que é a fonte da verdadeira saúde para todo homem e para o homem todo.