Mais de 140 países discutem em França os recursos de água potável para cerca de 800 milhões de pessoas que ainda não têm acesso ao precioso lí­quido. Procuram-se respostas para tamanha urgência no 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, a partir 12 de março
Mais de 140 países discutem em França os recursos de água potável para cerca de 800 milhões de pessoas que ainda não têm acesso ao precioso lí­quido. Procuram-se respostas para tamanha urgência no 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, a partir 12 de marçoSegundo um relatório do OCDE, publicado a 8 de março, é primordial a utilização racional da água, da mesma forma que tarifá-la de maneira a desencorajar o desperdício. O consumo de água no mundo deverá aumentar 55 por cento, até 2050, com o crescimento da população e o aumento da urbanização. a reunião trienal, que decorrerá até 17 de março, em Marselha, pretende drenar um largo afluente internacional, a fim de servir como uma caixa de ressonância para promover a causa da água na agenda dos líderes mundiais, afirmou Guy Fradin, vice-presidente do fórum e governador do Conselho Mundial da Água, instituição organizadora composta por 400 membros, públicos e privados. O fórum quer pressionar os governos para que entre eles falem sobre a água, porque é um assunto pouco discutido nas reuniões dos órgãos da ONU, explicou o conselheiro para a Água do secretariado-geral das Nações Unidas, Gerard Payen. Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no final de 2010, 89 por cento da população mundial, 6,1 biliões de pessoas, tiveram acesso a fontes melhoradas de água potável, superando o Objetivo de Desenvolvimento do Milénio para 2015. No entanto 2,6 biliões de pessoas ainda não têm acesso a casas de banho. Os fóruns anteriores concentraram-se sobre os problemas, ao passo que este promete soluções concretas. Em 2009, o fórum de Istambul não conseguiu incluir na sua declaração final a noção de direito ao acesso à água potável e ao saneamento, tendo sido depois reconhecido pela ONU em 2010. a partilha da água, assunto de soberania dos Estados, tem sido um ponto de discórdia constante. Recorde-se que metade da água consumida por 15 por cento dos países vem do exterior. Este ponto será fortemente apoiado pela França, mas é um assunto difícil para muitos países, revelou o vice-presidente do fórum. Vamos ver o que podemos conseguir. É necessário avançar com mecanismos de gestão coletiva. aproximadamente 20 mil participantes de 140 países são esperados no 6º Fórum Mundial da Água. Uma dezena de chefes de Estado e de Governo estarão presentes na abertura, que conta com a presença do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. a abertura será realizada por François Fillon, o primeiro-ministro francês. Mais céticas estão uma centena de organizações não governamentais que irão realizar um fórum alternativo, a 14 de março, com dois mil representantes da sociedade civil vindos da Espanha, alemanha, Estados Unidos, américa do Sul e África. Eles acusam o Conselho da Água de ser o porta-voz das empresas multinacionais e do Banco Mundial. Nos seus trabalhos e discussões, vão exigir uma gestão pública, ecológica e cidadã da água e uma distribuição equitativa.