arcebispo emérito doou 150 mil euros a instituições e cedeu vários objetos pessoais acumulados ao longo de uma vida dedicada à evangelização
arcebispo emérito doou 150 mil euros a instituições e cedeu vários objetos pessoais acumulados ao longo de uma vida dedicada à evangelização«Um homem bom, que fez um trabalho ecuménico muito grande e que foi sempre defensor dos missionários. É assim que o padre Manuel Carreira, missionário da Consolata, caracteriza o arcebispo emérito, Eurico Dias Nogueira, homenageado esta semana pela arquidiocese de Braga, com a inauguração de uma exposição dedicada à sua vida. Na década de 60, do século passado, cruzaram-se os dois na diocese de Vila Cabral, no Norte de Moçambique. «Chegou como professor da Universidade de Coimbra mas rapidamente se moldou a um povo com características muçulmanas. E, sem afrontar os costumes locais, soube defender os interesses dos católicos, recordou Manuel Carreira à Fátima Missionária. O testemunho de todo este trabalho evangelizador está agora acessível ao público, numa mostra intitulada «D. Eurico: memória e gratidão, a decorrer no Museu do Tesouro da Sé de Braga, até 8 de abril. O espólio integra vários objetos pessoais doados pelo arcebispo, que aproveitou a ocasião para entregar também a várias instituições da diocese cerca de 150 mil euros em dinheiro, provenientes da economia de uma pensão estatal por ter sido professor. a generosidade de Eurico Dias Nogueira foi enaltecida pelo atual arcebispo bracarense, Jorge Ortiga. « a Igreja necessita de pessoas que a amem. as suas instituições marcaram e cresceram através da generosidade de muitos. Importa mostrar que a doação não está fora de moda, afirmou o prelado, sublinhado que o seu antecessor continua a ser um exemplo de vida. D. Eurico Dias Nogueira nasceu há 89 anos em Dornelas do Zêzere, Diocese de Coimbra, onde foi ordenado padre e bispo, após ter sido nomeado para a diocese moçambicana de Vila Cabral, em 1964, o que lhe permitiu participar no Concílio Vaticano II. Oito anos depois, seria transferido para a Diocese de Sá da Bandeira, em angola. Regressou a Portugal em 1977 e foi nomeado arcebispo primaz de Braga, cargo que ocupou até 1999.