a partida do presidente iemenita, ali abdallah Saleh, para os Estados Unidos, onde alegadamente deverá ser submetido a tratamentos médicos, parece ser o primeiro passo para a transição Política do país a partida do presidente iemenita, ali abdallah Saleh, para os Estados Unidos, onde alegadamente deverá ser submetido a tratamentos médicos, parece ser o primeiro passo para a transição Política do paísHá 33 anos no poder, Saleh é mais uma das vítimas da denominada «Primavera Árabe. Em janeiro de 2010, o país foi sacudido por manifestações exigindo reformas políticas, que foram duramente reprimidas. após mais de um ano de contestação, Saleh é alvo de um atentado que o feriu com gravidade, obrigando-o a um internamento no país vizinho, a arábia Saudita, um dos principais esteios do regime. apesar de ser um país com escassos recursos naturais, o Iémen situa-se numa região estratégica do globo, de acesso ao estreito de Ormuz e ao Oceano Índico. Por isso, a degradação da situação política e social no país tem sido acompanhada com alguma preocupação pela comunidade internacional e os estados da região. Este facto explica as fortes pressões que Saleh sofreu para chegar a um acordo, assinado em novembro, em Riade, com vista a encontrar uma saída para a crise política. De acordo com o plano, Saleh deveria sair do poder na sequência das eleições presidenciais marcadas para 21 de fevereiro, nas quais o vice-presidente abd Rabbo Mansour Hadi, considerado uma das pessoas capazes de assegurar o consenso nacional, será o único candidato para um mandato de dois anos. apesar de fortemente contestado por alguns setores sociais que gostariam de ver o presidente iemenita responder pelos crimes cometidos durante a repressão dos manifestantes, foi aprovado pelo Parlamento um diploma que consagra a imunidade total para ali abdallah Saleh e uma imunidade parcial para os seus colaboradores políticos, militares e agentes de segurança. a partida em troca da imunidade, eis, portanto, a chave da transição política no Iémen. a ameaça da al-QaedaEmbora Saleh tenha prometido regressar ao país, a sua partida para os Estados Unidos não deixou de assumir os contornos de uma despedida, patente no pedido de «perdão pelos erros cometidos. No caso do Iémen, a «Primavera Árabe parece fortemente tutelada pela comunidade internacional que não estará disposta a tolerar uma maior instabilidade na região, onde forças afetas a al-Qaeda controlam já algumas regiões do Norte. Os Estados Unidos foram, nos últimos anos, alvo de vários atentados terroristas preparados no Iémen e, por várias vezes, lançaram ataques contra líderes e bases situadas na região, fora do controlo do governo. O agravamento da instabilidade social e política poderia ser uma oportunidade para que as forças mais radicais tomassem o controlo da situação e tornassem a região, por onde passa a maior parte do tráfego petrolífero internacional, verdadeiramente insustentável para os interesses ocidentais.