O modelo de sociedade consumista relegou os «mais frágeis», como os idosos, para segundo plano, causando situações de abandono que são «intoleráveis», defende Joaquina Madeira
O modelo de sociedade consumista relegou os «mais frágeis», como os idosos, para segundo plano, causando situações de abandono que são «intoleráveis», defende Joaquina Madeira a coordenadora nacional do ano Europeu do Envelhecimento ativo considera que situações como a dos idosos que aparecem mortos sozinhos em casa são «muito críticas e merecem a indignação de todos. Segundo a comunicação social , duas dezenas de idosos foram encontrados mortos, nas suas casas. « a sociedade já não tolera situações desta desumanidade, realça Joaquina Madeira.

a responsável aponta responsabilidades ao «modelo de sociedade consumista, pós-industrial, materialista, que relegou os mais frágeis para uma posição em que são pouco alvo da atenção e da solidariedade das comunidades, adianta a Lusa. Situações para as quais contribuem também a «fragmentação das famílias, a urbanização e as condições da vizinhança, que não sente obrigação relativamente ao outro.

além disso, «cada vez há mais idosos a viver sozinhos, o que não acontecia no passado e as pessoas também morriam mais cedo. O facto de se conhecerem estes casos é «muito bom porque vamos tomar medidas, sublinha a coordenadora, acrescentando que no passado estes casos estavam ocultados.

Joaquina Madeira espera que estes casos sensibilizem as pessoas e que «saibamos dar mais valor às pessoas e às amizades. Para a coordenadora deste ano, a crise pode proporcionar uma maior aproximação entre as pessoas. O ano Europeu do Envelhecimento ativo procura sensibilizar e chamar a atenção para o contributo das pessoas mais velhas para a sociedade e promover medidas que criem melhores oportunidades para essas pessoas se manterem ativas.