autoridades da Malásia lançam inquérito acerca da actuação da polícia. a amnistia Internacional aplaude a decisão e envia as suas próprias conclusões.
autoridades da Malásia lançam inquérito acerca da actuação da polícia. a amnistia Internacional aplaude a decisão e envia as suas próprias conclusões. a polícia da Malásia ter uma oportunidade para se tornar mais eficiente e restaurar a confiança pública, com a publicação de relatório oficial. abusos contra os direitos humanos, como tiroteios fatais, tortura e mortes durante a custódia policial constam no documento oficial. Um relatório da amnistia Internacional (aI) contém recomendações e pede responsabilidades à polícia.

O primeiro-ministro reconheceu a existência de graves problemas e, numa acção exemplar, instaurou a Real Comissão de Inquérito para estudar o assunto. Tanto as autoridades locais, como as internacionais, assim como os defensores dos direitos humanos, esperam frutos do trabalho desta comissão.

“Demasiadas vezes os direitos humanos são vistos pela polícia como um obstáculo ao seu trabalho”, disse Tim Parritt, membro da aI. “Mas se olharmos para as bases, vemos que a polícia existe para manter a ordem social, protegendo os direitos humanos dos cidadãos. Este conceito precisa de ser restaurado no coração da cultura policial malaia”.

Um caso emblemático, que ilustra o funcionamento da instituição policial, é o caso de Tharma Rajen, empregado de mesa da etnia Índia e com apenas 19 anos. Preso por suspeita de tomar parte em lutas de bandos, quando se dirigia para um estabelecimento comercial, ficou em custódia 66 dias. Relatou ao irmão que a polícia lhe tinha batido, algumas vezes com uma mangueira na planta dos pés… a família só mais tarde foi informada da sua detenção e, quando a mãe o visitou, encontrou-o cheio de frio, com dores e a vomitar. Finalmente deu entrada num hospital, onde esteve algemado há cama, acabando por falecer em 21 de Junho de 2002.

“é uma oportunidade histórica para que a Malásia se transforme num modelo policial para a zona. Um modelo em que a polícia assume, perante a sociedade e o governo, a sua responsabilidade, e actua dentro dos bairros, após ganhar a confiança e o respeito da população local”, disse Tim Parritt. “Os direitos humanos não são um obstáculo para uma acção policial eficaz. Pelo contrário, são vitais para a sua concretização”.