Do trí­ptico quaresmal: oração, jejum e partilha, o arcebispo de Braga escolhe o jejum «como critério da nossa revisão de vida pessoal e comunitária»
Do trí­ptico quaresmal: oração, jejum e partilha, o arcebispo de Braga escolhe o jejum «como critério da nossa revisão de vida pessoal e comunitária»Jorge Ortiga propõe o jejum de palavras contrapondo-o às facilidades de comunicação, à progressão dos mass media, ao aumento do nível académico, nos tempos atuais. E questiona: «Que palavras nos remetem para uma vivência contrária ao ideal das bem-aventuranças e das quais necessitamos de jejuar?.

Jejuar das palavras não é jejuar da Palavra de Deus, defende o presidente da Comissão episcopal da Pastoral Social. É antes, o voltar a atenção para ela e para o que nos diz, sintetizada na mensagem do Santo Padre para esta Quaresma: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras (Heb 10, 24).

Prestar atenção significa então «desejar o bem realça Jorge Ortiga. Em tempo de austeridade e de dificuldades, os fiéis são convidados a aumentar o seu contributo penitencial. Uma parte da verba destina-se ao Fundo diocesano «partilhar com esperança para apoiar as famílias mais necessitadas. Uma outra parte reverte para as obras de recuperação da igreja paroquial de anissó, Vieira do Minho, destruída por um incêndio quando estava a acabar de ser restaurada.

a segunda parte da mensagem quaresmal, o arcebispo da diocese bracarense dedicou-a à juventude, assinalando a capital europeia da juventude (Braga) e a capital europeia da cultura (Guimarães). «Se proponho a “cultura do partilhar” não posso também esquecer a solicitude pela juventude e uma aposta da cultura na pastoral, realça.

a esperança no futuro, quer seja na sociedade quer seja na Igreja, reside na juventude que, segundo o prelado, «embora parecendo disfarçar, necessita de propostas capazes de a seduzir para um encontro com Cristo. a Igreja deve ser portadora de uma mensagem e de perspetivas de esperança, realça.

Na sociedade, a dimensão cultural deve estar presente e a fé também se transmite. Por isso o bispo apela aos organismos diocesanos e comunidades paroquiais que sejam capazes de «transformar as “paixões do homem hodierno em aurora de um mundo feliz”. E recorda as palavras de Bento XVI: «Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza, pronunciadas aos artistas e pessoas da Cultura, no Centro Cultural de Belém, na visita a Portugal, em 2010.