Cerca de 40 por cento das crianças-soldado são meninas; atuam como domésticas, são escravizadas e abusadas pelos soldados ou agem como espiãs. ao regressar a casa, depois do fim da guerra, são mal vistas e discriminadas
Cerca de 40 por cento das crianças-soldado são meninas; atuam como domésticas, são escravizadas e abusadas pelos soldados ou agem como espiãs. ao regressar a casa, depois do fim da guerra, são mal vistas e discriminadasQuando se aborda o problema do recrutamento forçado de crianças-soldado, as meninas e jovens afetadas raramente são referenciadas. Contudo, elas representam 40 por cento dos que sofrem com esta realidade. assumem funções diferentes dos meninos-soldados: trabalham como domésticas; tratam da cozinha, sendo obrigadas a casar com chefes militares quando se tornam adolescentes. Outras são escravizadas pelos soldados que abusam delas, combatem ou atuam como espiãs, refere a agência Fides. Os problemas das jovens-soldado não acabam com o fim da guerra. ao regressarem ao seu país, muitas delas com filhos, as raparigas são fortemente discriminadas pois são mal aceites pela comunidade. Muitas apresentam distúrbios psicológicos e físicos. Trata-se de um problema grave que afeta a grande maioria dos países em guerra. Verifica-se em particular na américa do Sul, na África e na Ásia. No Sri Lanka, onde a guerra civil durou 25 anos (1983-2009), o conflito obrigou mais de 280 mil pessoas a refugiar-se. Em Vavuniya, as religiosas salesianas Filhas de Maria auxiliadora prestam auxílio a jovens afetadas pelo conflito através da «Casa para meninas combatentes e ex-soldados. Foram detetadas 173 jovens em situação de vulnerabilidade. 80 de entre elas são órfãs, sendo que a menor tem apenas 3 anos de idade.com a colaboração de outras organizações não governamentais, as religiosas ajudam meninas e raparigas a melhorar a sua saúde física e psíquica, fornecem-lhes instrução e formação espiritual. Duas dezenas estudam no ensino superior ou frequentam cursos profissionais. Das mais velhas, dez já estão a trabalhar.