Na primeira leitura do sétimo domingo comum podemos ler: “Olhai! Vou fazer algo de novo: já começa a aparecer; não o notais?”. as palavras renovar e renovar-se são muito importantes na nossa maneira de ser e na nossa vida
Na primeira leitura do sétimo domingo comum podemos ler: “Olhai! Vou fazer algo de novo: já começa a aparecer; não o notais?”. as palavras renovar e renovar-se são muito importantes na nossa maneira de ser e na nossa vida Diz-se, e com razão, que a história é mestra da vida. Os sucessos e os erros dos tempos idos, quando meditados, podem ajudar um indivíduo, uma família, uma nação a traçar e seguir uma rota que leva a progredir na felicidade. Desta maneira, os erros tornam-se experiência eficaz. Mas andar continuamente a cismar nos tropeções do passado pode algemar uma pessoa à insatisfação no presente e no futuro. Matutar nas faltas cometidas e nos insultos recebidos reabre as feridas das vivências negativas de outros tempos. O que produz em nós a irritação, senão mesmo a raiva. Torna-nos deprimidos e incapazes de gozar as boas felicidades da vida.
as palavras renovar e renovar-se são tão importantes no vocabulário da nossa maneira de ser. São necessárias para a nossa vida física, psicológica e espiritual. Mudar a nossa maneira de ser e de ver não é fácil, às vezes mete medo. O medo de mudar é doloroso e paralisador. Num sentido, o nosso passado vive no nosso hoje. Viver a olhar para trás pode transformar-nos numa estátua de sal (Génesis 19,26). Mas, quando fizemos o possível para analisar e reparar o mal feito ou a inanidade do nosso passado, o que é importante para nós é imitar São Paulo que dizia: Esqueço-me do que está para trás e lanço-me para o que vem à frente (Filipenses 3, 13-14). O próprio Deus no antigo Testamento diz-nos por meio do profeta Ezequiel: Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo (Ezequiel 36,26).

Na primeira leitura, Deus explica-nos o segredo acerca do passado, do presente e do futuro, dizendo: Não penseis mais no passado. Olhai! Vou fazer algo de novo: já começa a aparecer; não o notais? (Isaías 43,18-19). É importante pensarmos na novidade que nós e Deus podemos construir na nossa vida. Deus quer curar as nossas feridas físicas, emocionais, espirituais: mas temos de colaborar com Ele. Santo agostinho, mais do que muitos outros, precisava desta cura do seu passado desregrado. Desprendeu-se das suas chagas e ancorou-se na novidade de Deus exclamando: Meu Deus, Beleza sempre antiga e sempre nova! (Confissões). São Paulo considerava ter sido antes um blasfemador e confessa: aquele (Deus) que começou em nós uma boa obra, há de levá-la até ao fim (Filipenses 1,6). alguém escreveu: Nada nos satisfaz tanto como ter uma página nova no livro de Deus. Saber confessar os próprios pecados é profunda sabedoria espiritual e psicológica. Sim, Deus está a cozinhar’ algo de novo na nossa vida. Na intimidade com Deus não há lugar para pessimismos nem para angústia. Ele levanta os nossos olhos e aponta-os para a luz da sua Verdade. Enche-nos da visão que nos dará a força de caminhar para a morada da felicidade e da paz.