a situação económica preocupa os moradores do Cairo que ignoraram a greve geral e optaram por comparecer nos seus locais de trabalhos. Exatamente um ano depois da sua renúncia, o presidente Hosni Mubarak passou o dia de sábado, 11 de fevereiro no tribunal
a situação económica preocupa os moradores do Cairo que ignoraram a greve geral e optaram por comparecer nos seus locais de trabalhos. Exatamente um ano depois da sua renúncia, o presidente Hosni Mubarak passou o dia de sábado, 11 de fevereiro no tribunal a normalidade marcou a vida no centro do Cairo e no distrito de Guiza, onde a maioria das lojas abriu como em qualquer outro sábado, numa jornada de desobediência civil, convocada por grupos revolucionários, sindicatos e estudantes, contra a Junta Militar que sucedeu Mubarak no poder. Cafés, lojas de roupa, padarias e agências de viagens foram alguns dos comércios que abriram as portas, enquanto os transportes públicos funcionaram normalmente. No aeroporto, os voos não foram cancelados e os aviões descolaram e aterraram sem atrasos significativos. Não podemos fechar porque temos muitas reservas, explicou um funcionário da agência de viagens Safir, cujos escritórios estão em plena praça Tahrir, no centro da capital. O turismo é um setor vital para o Egito e não se pode permitir graves: a economia está muito mal e precisamos de trabalhar. O Conselho Militar deve entregar o poder a uma autoridade civil, mas primeiro é mais importante que se retome a produção e que melhore a economia, declarou o funcionário da Safir. a deterioração económica não é culpa apenas de Mubarak, mas o Conselho Supremo das Forças armadas também é responsável. a vida agora é mais dura para os egípcios que há um ano, afirma o funcionário, embora não sinta saudades do ex-presidente. Na praça Tahrir viam-se apenas alguns dos seus personagens frequentes: um ou outro revolucionário ainda acampado, alguns sem-abrigo e os habituais vendedores ambulantes. Na universidade do Cairo, uma centena de estudantes participou numa manifestação que não alterou o ritmo das aulas nem das provas. De 83 anos, Mubarak compareceu neste sábado diante do tribunal que o julga por suposta responsabilidade no massacre de manifestantes durante a revolta que explodiu a 25 de janeiro de 2010. ao contrário de outras ocasiões, a televisão egípcia não mostrou as já tradicionais imagens do tirano a entrar de maca no tribunal. Mubarak estava acompanhado pelos demais acusados: dois filhos, alá e Gamal, o ex-ministro do Interior, Habib al adli, e seis assessores. a audiência ouviu os argumentos da defesa de um dos colaboradores do ex-ministro, que acusou partes estrangeiras de participar no assassinato de manifestantes durante os protestos. a defesa empregou uma linguagem idêntica à utilizada no dia anterior pela Junta Militar, em comunicado dirigido ao povo egípcio, no aniversário da renúncia de Mubarak, em que garantiu que não se demitirá perante as conspirações que tentam dividir o povo egípcio.