Luca airoldi examina um problema muitas vezes ignorado. Este artigo está inspirado na sua publicação na revista “Nigrizia”. é uma clara denúncia da riqueza criada à volta da guerra.

Luca airoldi examina um problema muitas vezes ignorado. Este artigo está inspirado na sua publicação na revista “Nigrizia”. é uma clara denúncia da riqueza criada à volta da guerra.
amos Golan é um falcão israelita. Foi segundo comandante do Duvdevan, uma unidade antiterrorista secreta dedicada a prender ou matar os grupos rebeldes palestinos e as organizações terroristas. Hoje, Golan é conhecido como o fundador da firma israelo-americana “Corner Shot Technology”, dedicada ao desenho e construção de armas.

Em Dezembro de 2004 as autoridades jordanas detiveram dois cidadãos israelitas acusados de vender armas aos grupos rebeldes na região de Darfur. Segundo fontes jordanas os dois detidos pertenciam a um grupo liderado por Golan e outro traficante israelita, Shimon Naor, mas não houve emissão de mandados de captura.

Os dois detidos confessaram ter mantido contactos com autoridades israelitas, como o filho do anterior chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), Danny Yatom. Também afirmaram que alguns rebeldes de Darfur eram treinados em Israel. Esta história foi rapidamente esquecida.

No entanto o episódio trouxe à luz alguns aspectos do tráfico de armas na África. Golan, por exemplo, é também o presidente de “Silver Shadow advanced Security System”, uma companhia que treina forças de segurança de todo o mundo. O jornal diário israelita Ha”aretz descreve Golan como tendo um papel chave no tráfico de armas para África, especialmente Uganda.

Golan e Silver Shadow, companhia com ligações ao irmão do presidente Museveni, Salim Saleh, importaram armas da Europa de Leste. Entre estas armas estavam tanques de guerra T55 e aviões Mig21. Os Mig21 foram depois reparados e melhorados em Israel.

Fontes dos serviços secretos confirmaram à Nigrizia que neste momento há 15 agentes a trabalhar no Uganda. Eles orientam um curso de 6 meses para uns 100 agentes dos serviços secretos ugandeses. Estes especialistas foram contratados por Golan, através da Silver Shadow.

Golan mantém excelentes ligações com Telavive, por exemplo com o presente chefe da Mossad, Meir Dagan, quem trabalhou na sua empresa. Shimon Naor, o outro “homem de negócios” envolvido na venda de armas para Darfur, é um intermediário na venda de armas com autorização do ministério da defesa israelita.

as autoridades da Roménia, seu país natal, prenderam Naor acusando-o de vendas não autorizadas de armas à Nigéria, Eritreia e à angola, violando o embargo das Nações Unidas. Naor pagou fiança e conseguiu regressar a Israel. Foi condenado a sete anos de prisão na Roménia e é tecnicamente buscado pela polícia internacional.

O ministro da defesa israelita recusou às Nações Unidas documentos sobre as empresas de Naor. Naor usou falsos certificados emitidos por Togo. as fontes de Nigrizia confirmam a existência de traficantes israelitas no Togo.

O tráfico de armas está organizado de maneira a fazer de África uma segunda via para o conflito no Médio Oriente. Etiópia, Eritreia, Uganda e Quénia são os países que mais despertam o interesse de Israel em África. adições mais recentes podem ser Djibuti e Somália. a importância estratégica destes países é o seu controlo sobre as nascentes do rio Nilo e a costa africana do Mar Vermelho.