O santuário de Fátima, no tema do segundo ano da celebração do centenário das aparições, interpela-nos com a pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus?»
O santuário de Fátima, no tema do segundo ano da celebração do centenário das aparições, interpela-nos com a pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus?»Sabemos que este foi o desafio apresentado por Nossa Senhora, a 13 de maio de 1917 ao Francisco, à Jacinta e à Lúcia. E conhecemos também a sua resposta, pronta e decidida: Sim queremos. ao responderem desta forma, os Pastorinhos mantiveram aberto o caminho que o Céu lhes abria e viveram, a partir dessa data, uma das mais belas histórias de fidelidade e amor que o nosso tempo conheceu. as consequências desta resposta estão diante dos nossos olhos, na multidão de peregrinos que vem a Fátima ou que leva Fátima para as suas casas, como se transportassem um tesouro feito de esperança e de luz. a mesma pergunta irrompe, quase abruptamente, no nosso quotidiano, como se Deus nos quisesse despertar para o sentido mais profundo da nossa existência. Somos questionados desta forma tão explícita, porque, de facto, foi Deus quem primeiro Se entregou a nós e por nós. a vida de Jesus foi um contínuo dom de si, a expressão de um amor total, que se entrega e nos salva. Também Maria, a mesma que interroga os Pastorinhos, viveua sua vida numa contínua oferta de si mesma. O Papa Bento XVI, em Fátima, comentou esta pergunta do Céu: Na Sagrada Escritura é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana; o mesmo faz aqui em Fátima quando Nossa Senhora pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus?. Parece sugerir que Deus, ao colocar esta questão aos homens e mulheres do nosso tempo, continua atento à nossa história, continua a manter vivo o diálogo com a humanidade e achamar-nos a participar na história de salvação, com uma entrega ativa e responsável. Não é fácil, no entanto, estar atento às interpelações de Deus: Quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da fé? , interroga Bento XVI. ao questionar-nos desta forma, o Senhor quer levar-nos mais longe do que o habitual. Não apenas a oferecer algo nosso, mas a oferecer-nos a nós mesmos, a cada um de nós, com a nossa fragilidade. É uma dádiva pessoal de si mesmo. E como uma oferta assim exige uma confiança inabalável nas mãos do amor que sustenta o mundo, podemos dizer que da resposta a esta pergunta depende a nossa felicidade.