Projeto piloto de catequese a 80 famílias está a ser efetuado em várias zonas do país, mas é preciso investir na catequese de pais, para chegar aos filhos
Projeto piloto de catequese a 80 famílias está a ser efetuado em várias zonas do país, mas é preciso investir na catequese de pais, para chegar aos filhos« a catequese não pode voltar a ser aquilo que fizemos sempre porque o mundo está completamente distante do Evangelho, defendeu o padre Vasco da Cruz GonçAlves, numa conferência, no dia diocesano do catequista, no algarve. O sacerdote doutorado em Teologia Pastoral pelo Instituto Pontifício de Roma, com tese sobre a catequese de adultos em Portugal refletiu sobre a «ineficácia da iniciação cristã, adianta o site da diocese.

«Hoje já não é o problema da coerência entre a fé e a vida, considera o padre da diocese de Viana do Castelo. O Evangelho está «numa lógica completamente diferente da vida. Já há uma separação total entre a fé e o Evangelho, afirmou Vasco da Cruz GonçAlves. O homem vive como «mosaico nos diversos ambientes da sua vida, como se «houvesse um conjunto de gavetas, complementou. ainda assim, disse o orador, há «muita gente que tenta a «coerência na interligação das diferentes dimensões da sua vivência.

a situação mudou: «acreditámos que era através da catequese que se podia renovar as comunidades cristãs, porém os tempos vão mudando e hoje temos uma sensação de ineficácia. atualmente, «os catequizandos chegam ao fim e parece que não ficou nada. Ficamos com a sensação de que não fizemos uma iniciação cristã, lamentou. Na perspetiva de Vasco da Cruz GonçAlves, falta o contexto.

Hoje, «a catequese fica sozinha, não tem a família, a escola e o meio ambiente e perde a sua eficácia, adiantou. Logo perde eficácia. É por isso necessário trazer suporte para a catequese. «Um dos grandes suportes é a família. Para que a iniciação das crianças seja mais eficaz é importante envolvermos a família, apontou o sacerdote. ao mesmo tempo, entende ser necessário dar respostas aos adultos.

«Temos de começar a olhar para o mundo dos adultos. Corremos o risco de só estar a dar [resposta] àqueles que vêm ter connosco. Temos de ir ao encontro deste mundo de gente adulta que anda à procura de alguma coisa e que, se não lhe damos, vão procurar noutro lado, advertiu o orador. E o futuro passa por «ir ao encontro, acolher e propor mas, muitas vezes, «cruzamos os braços. O sacerdote considera que «se as nossas comunidades tiverem adultos apaixonados por Jesus Cristo, as novas gerações também se vão apaixonar porque os adultos contagiam-nas. Logo é preciso evangelizar os pais para chegar aos filhos.