50 anos depois da abertura dos trabalhos, José Policarpo desafia à análise: «Em que medida se deu uma receção objetiva e verdadeira da eclesiologia do Concílio Vaticano II?»
50 anos depois da abertura dos trabalhos, José Policarpo desafia à análise: «Em que medida se deu uma receção objetiva e verdadeira da eclesiologia do Concílio Vaticano II?» a Igreja é o novo povo de Deus, que atinge em Cristo a plenitude da aliança e o pleno cumprimento das promessas, lembra o cardeal patriarca de Lisboa. «Mas pastoralmente não é fácil, na construção da Igreja, incutir esta primazia da dimensão coletiva de povo de Deus, defendeu na sua intervenção nas Jornadas de formação permanentes do clero de Lisboa. «Deu-se, durante muito tempo, prioridade à dimensão individual, vendo a Igreja como uma prestadora de serviços às pessoas individuais para a sua caminhada de salvação, criticou o purpurado.
a ação pastoral – considera o patriarca de Lisboa – tem de promover a vitória sobre a visão individual e, de modo especial, sobre a perspetiva individualista da fé cristã. a própria Eucaristia «é sempre assembleia, que envolve a Igreja toda, mesmo quando é celebrada por poucos. Celebrá-la como «ato individual de piedade é adulterar o sentido da Páscoa, última expressão da aliança de Deus com o seu povo.

O anúncio da Palavra e o «testemunho de uma vida transformada é essencial à evangelização. Esta meta levanta questões que o cardeal colocou aos padres da diocese. «Como formamos os nossos evangelizadores? Como cultivamos aquele “novo ardor” de que fala João Paulo II? Como alimentamos em toda a Igreja o ardor missionário?.

José Policarpo afirmou que é preciso trabalhar o aspeto da dignidade sacerdotal. «É um facto que, ao longo de séculos, a importância do sacerdócio apostólico relativizou e quase fez esquecer esta dignidade sacerdotal. E sem ela a Igreja torna-se, inevitavelmente, clerical. O sacerdócio apostólico é «a mais misteriosa concretização da dimensão sacerdotal de toda a Igreja.

Na sua intervenção, o bispo de Lisboa analisou as notas constitutivas da Igreja pronunciadas no Credo: «Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. O patriarca refere-se ainda à figura de Maria, «o mais excelente membro da Igreja, brilha toda a beleza da Igreja como Povo do Senhor. José Policarpo lembra que a Igreja crente encontra nela a perfeição da fé e o amor a ela (Maria) «é mais que uma devoção; é a contemplação do amor de Deus por nós, humanidade que Ele deseja reunir na sua casa.