a Igreja pode orgulhar-se do seu papel com os migrantes, defendeu o ex-presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
a Igreja pode orgulhar-se do seu papel com os migrantes, defendeu o ex-presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Os 50 anos da Obra Católica Portuguesa das Migrações fazem-se de história, de pessoas e das suas histórias pessoais. Daqueles que colaboram e dos que são apoiados. Na sessão solene do início das comemorações das bodas de ouro falou-se do passado e do futuro.
Os 50 anos da Obra Católica Portuguesa das Migrações não visam «lembrar o passado, mas agradecer. a história – considerou antónio Vitalino – serve para «agradecer a epopeia. O também bispo de Beja manifestou o seu «orgulho por trabalhar nesta Obra, à qual presidiu durante sete anos. E «continuarei a fazê-lo com muita alegria, acrescentou, lembrando o pedido de colaboração do presidente da Comissão. Em novembro, houve reorganização das comissões episcopais e mudança de lideranças. O atual responsável por esta área é o arcebispo de Braga, Jorge Ortiga.
O prelado assinalou a existência destas novas vagas de migração e recordou que no período pós II Guerra Mundial, muitos portugueses abandonaram o país à procura de um futuro melhor. a Igreja também se mobilizou para apoiar: «Muitos párocos começaram a cuidar dos nossos emigrantes, realçou.
Rosário Farmhouse, a desempenhar funções de alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural salientou que, nos 13 anos que trabalhou diretamente com os refugiados no Serviço de Jesuítas aos Refugiados (JRS), «senti a presença de Deus tão próxima. a Esperance, do Ruanda, como se apelidou a senhora e que saiu do país aquando do genocídio, ensinou-lhe que «apesar das dificuldades, era possível sorrir e ter esperança, contou.
a alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural salientou que a Igreja «sempre soube estar na linha da frente. Dá «uma resposta fantástica e única, disse a responsável, assinalando que, por vezes, há duplicações no apoio. Nestes tempos «difíceis apelou à «capacidade de juntar sinergias.
Maria Beatriz Rocha Trindade, uma das autoras do livro sobre os 50 anos da Obra Católica Portuguesa das Migrações contou a sua vivência com as comunidades de portugueses emigrantes nos arredores de Paris, nos anos 60. apontou a preparação que faziam para as visitas a Portugal e a vida na comunidade, ao fim de semana, onde para além da Eucaristia também havia concertos de acordeão.
Um dos nomes incontornáveis ligados à Obra é o do padre Manuel Soares. O sacerdote esteve à frente deste organismo durante 16 anos. Na sua intervenção recordou o trabalho efetuado em duas fases: uma primeira, de apoio às comunidades emigrantes, e uma segunda de apoio às comunidades imigrantes em Portugal. O sacerdote confessou ter saído «um bocadinho desiludido por não ter conseguido alcançar os objetivos. apontou ainda os «discursos políticos muitos otimistas e no terreno, os «bloqueios. E «há mais bloqueios que coisas que correm fluentemente, frisou o padre, salientando que «as dificuldades continuam a existir.