Dissidentes cubanos afirmam que 50 opositores foram detidos para impedir a sua participação no funeral de Wilmar Villar, detido em Santiago de Cuba, a 960 quilómetros de Havana, falecido após 50 dias de greve de fome
Dissidentes cubanos afirmam que 50 opositores foram detidos para impedir a sua participação no funeral de Wilmar Villar, detido em Santiago de Cuba, a 960 quilómetros de Havana, falecido após 50 dias de greve de fomeCuba rejeitou energicamente as críticas dos Estados Unidos, Espanha e União Europeia (UE) pela morte do preso político Wilmar Villar. as declarações do Departamento de Estado e da Casa Branca impressionam pela sua hipocrisia e pelos duplos padrões e são um ato de cinismo colossal, afirmou Josefina Vidal, diretora da secção da Chancelaria cubana para a américa do Norte. a morte de Villa desencadeou uma onda de críticas ao governo de Raúl Castro de Washington, Madrid, Bruxelas, Chile e da organização Human Rights Watch. Um comunicado da Casa Branca, emitido na sexta-feira, indicou que o falecimento desnecessário de Villar põe em destaque a repressão permanente do povo cubano e os infortúnios que encaram os indivíduos corajosos que defendem os direitos universais de todos os cubanos. Segundo os dissidentes cubanos, Wilmar Villar, membro da União Patriótica de Cuba, exigia a sua libertação, pois considerava injusta a sua condenação a quatro anos de prisão por desacato, desobediência e atentado. Os dissidentes afirmam que ele só foi hospitalizado cinco dias antes de morrer, em estado já demasiado grave. O governo cubano denunciou uma campanha de difamação, garantindo que Villar foi condenado por agredir em público a sua esposa, a também opositora Maritza Pelegrino, e por ter resistido à prisão, ao mesmo tempo que nega que fosse um dissidente, numa nota publicada neste sábado no jornal oficial Granma. O novo executivo dirigido por Mariano Rajoy manifestou a sua preocupação com a situação que afeta os cidadãos que manifestam a sua discordância com as autoridades da ilha. Madrid pediu que Cuba liberte todos os presos políticos, garanta os direitos humanos e as liberdades fundamentais e permita a livre expressão de todas as ideias políticas, sem exceção. a alta representante da União Europeia para a Política Exterior, Catherine ashton, juntou-se às críticas, afirmando que o caso gera dúvidas sobre o sistema judiciário e penitenciário cubanos. O governo chileno também lamentou a morte de Villar e expressou preocupação com o respeito que se dá nesse país [Cuba] às liberdades civis e aos direitos humanos. O porta-voz da Comissão de Direitos humanos, Elizardo Sánchez, calcula que serão entre 50 e 60 as detenções de curta duração realizadas na sexta feira no leste do país para impedir a assistência aos funerais de Villar. a oposição afirma que a morte de Villar é um caso semelhante ao do dissidente Orlando Zapata, que morreu na prisão, a 23 de fevereiro de 2010, depois de 85 dias de jejum. Este crime poderia ter sido evitado, mas já é tarde, muito tarde. Mais de um coveiro levam o cadáver deste jovem mártir, disse o dirigente opositor Oswaldo Payá referindo-se a Villar, num comunicado enviado à imprensa.