O governo etíope prevê reinstalar 1,5 milhões de pessoas até 2013, em várias regiões.comunidades de Gambela foram deslocadas à força para zonas áridas sem acesso aos serviços básicos
O governo etíope prevê reinstalar 1,5 milhões de pessoas até 2013, em várias regiões.comunidades de Gambela foram deslocadas à força para zonas áridas sem acesso aos serviços básicos Cerca de 70 mil pessoas de comunidades autóctones da região de Gambela, no oeste do país, são vítimas de programas de deslocamentos forçados levados a cabo pelo governo etíope. as populações afetadas são recolocadas noutras aldeias onde a comida, os serviços de saúde e educação, assim como a possibilidade de cultivar a terra, são escassos, denuncia a Human Rights Watch, num relatório publicado hoje. O estudo da organização para a defesa dos direitos humanos assinala a ocorrência de ameaças, agressões e detenções arbitrárias de aldeões que se recusavam a abandonar as terras. O programa do governo não melhora o acesso das populações aos serviços básicos, pelo contrário, ameaça os seus meios de subsistência e a segurança alimentar, denuncia o documento. O governo deveria suspender o programa pois não consegue garantir o acesso às infraestruturas necessárias. Também as pessoas afetadas não foram consultadas nem indemnizadas de forma correta pela perda das suas terras, defende ainda. acredita-se que interesses económicos estrangeiros terão motivado o abandono forçado das terras indígenas. O governo etíope prevê reinstalar 1,5 milhões de pessoas até 2013 nas regiões de Gambela, afar, Somali e Benishangul-Gumuz. Em Benguela, a recolocação das pessoas teve início em 2010. as primeiras deslocações forçadas foram efetuadas precisamente no pior momento do ano: o início das colheitas. as populações foram enviadas para zonas áridas. Nenhuma ajuda agrícola ou alimentar foi dada aos deslocados, aumentando assim a insegurança alimentar entre os mesmos.