Moçambique vive uma realidade social e Política difícil. São muitos os problemas que o novo governo enfrenta. a pobreza e a instabilidade social põem em causa o desenvolvimento do país.
Moçambique vive uma realidade social e Política difícil. São muitos os problemas que o novo governo enfrenta. a pobreza e a instabilidade social põem em causa o desenvolvimento do país. as eleições de Janeiro foram caracterizadas pela alta percentagem de abstenção (60 a 70 por cento dos eleitores). Não obstante a presença de observadores internacionais alguns partidos da oposição, sobretudo a Renamo, apresentaram uma longa lista de irregularidades.

Desta lista constam factos, como eleitores impedidos de exercer o seu direito, presidentes de mesas de voto que invalidaram boletins, colocando deliberadamente outra marca no mesmo. Recorde-se que o eleitor devia colocar a impressão digital no boletim de voto, diminuindo deste modo a possibilidade que alguém votasse mais do que uma vez.

Não obstante as reclamações, os países ocidentais reconheceram prontamente o governo eleito e deram os parabéns ao partido do governo, Frelimo. Os observadores, por seu lado, reconheceram que nem tudo correu bem. Porém não terão dado conta do que se passou, ocupados como estariam a observar coisas mais interessantes.

a luta contra a pobreza absoluta já fora iniciada pelo governo anterior, apoiado sobretudo pelas ajudas internacionais. Juntamente com o problema da SIDa, a luta contra a pobreza absoluta é o lema utilizado para a angariação de fundos. São argumentos que sensibilizam os países ricos e os levam abrir as bolsas.

Infelizmente a situação é desastrosa. Os hospitais estão em condições incrí­veis, são insuficientes para responder ao número sempre maior de pacientes, o atendimento é desumano, as próprias infra-estruturas estão num estado avançado de degradação. Sem manutenção ou com manutenção mí­nima, há 30 anos.

Que dizer das escolas? Basta dizer que na capital, Maputo, chove na maioria das escolas, impedindo as actividades académicas; por falta de bancos e carteiras, os alunos sentam-se debaixo das árvores. as escolas em melhores condições foram construí­das, nos últimos anos, por diversas organizações e pela Igreja Católica.

Na luta contra a corrupção, os governantes têm esquecido que é necessário começar por cima. Se o responsável falha, qual a sua autoridade para chamar à atenção o subalterno?

Com a assinatura do tratado de paz, chegaram a Moçambique ingentes somas de dinheiro para apoiar o desenvolvimento do país. Esta situação tornou de moda uma palavra muito apreciada em Moçambique: “parceiro”, “parceria”, que significam: tu mandas o dinheiro eu gasto e somos parceiros.

a melhoria mais notada em Moçambique é a qualidade da vida, das casas e dos carros de políticos e dirigentes do estado e das organizações não-governamentais. O povo vai-se “desenrascando”. é tão grave a situação que um dos partidos da oposição fala da necessidade de formar um “governo sombra”, com a tarefa de fiscalizar e controlar o exercício dos ministros, garantir o bom uso dos fundos e evitar desvios.

Sem a pressão internacional dificilmente se conseguirá regularizar a situação. Não são necessárias bombas ou armas. Bastaria condicionar as ajudas financeiras e verificar a sua aplicação.