José Lai, bispo de Macau, lamenta que os governantes locais defendam mais os seus interesses do que o ‘bem comum’. Considera necessário maior Espírito de serviço público, e maior e melhor representatividade dos órgãos legislativo e do exececutivo
José Lai, bispo de Macau, lamenta que os governantes locais defendam mais os seus interesses do que o ‘bem comum’. Considera necessário maior Espírito de serviço público, e maior e melhor representatividade dos órgãos legislativo e do exececutivoO governo de Macau decidiu avançar, este ano, com uma reforma política ao constatar que o território está a desenvolver-se muito. Em declarações à Lusa, José Lai salientou que os governantes deverão ter em atenção que prestam um serviço público, saudando a iniciativa do executivo ouvir a opinião da população sobre o desenvolvimento do sistema político. Para governar bem também é preciso saber ouvir a voz do povo. O prelado é da opinião que o ideal seria que a população elegesse todos os seus representantes. O bispo acredita que isso, um dia, será possível e que o governo vai proceder nessa direção com tempo. a população precisa de estar preparada e o executivo ganhar mais experiência.

O governo [da Região administrativa Especial chinesa] só tem 12 anos de experiência, agora tem de funcionar mais para ter mais experiência. Sobre a reforma política em discussão, o prelado acha que a intenção do governo é aumentar alguns lugares na assembleia Legislativa e o número de pessoas [da comissão eleitoral] que escolhem o chefe do executivo. O aumento do número de assentos no hemiciclo vai criar mais possibilidades para o povo [eleger os seus representantes]. a grande questão é como servir melhor a comunidade, afirmou o prelado. É preciso ouvir várias vozes, mas nem sempre é assim.

O bispo confessou ser uma pena, o facto de cada um olhar só para os seus interesses, sem ter em conta as necessidades dos outros. Os governantes deverão, no futuro, ter mais em conta o bem comum. E prosseguiu: Saber amar o povo, tratá-lo como os seus familiares, este espírito de serviço e amor para com os habitantes é muito importante. Entre sorrisos, acrescentou que o governo apenas tem seguido mais ou menos esse espírito.

Para José Lai, o governo tem de resolver questões importantes como problemas de habitação, saúde, educação e assegurar a harmonia familiar. É preciso melhorar a qualidade de vida das pessoas, não apenas materialmente, mas também espiritualmente, culturalmente. O governo tem de pensar na educação cívica, escolar, familiar, religiosa, sustentou. O prelado justificou essa necessidade por haver hoje mais dinheiro, lamentando a tendência para uma sociedade materialista, que só quer receber e não quer oferecer. E concluiu: Precisa de haver maior respeito pelo outro.