Quatro países da África Oriental e do Corno de África foram flagelados, em 2011, pela seca: Djibuti, Etiópia Quénia e Somália. a desgraça agrava-se com os conflitos da região, lançando populações inteiras na pobreza e obrigando-as a vaguear pelo deserto
Quatro países da África Oriental e do Corno de África foram flagelados, em 2011, pela seca: Djibuti, Etiópia Quénia e Somália. a desgraça agrava-se com os conflitos da região, lançando populações inteiras na pobreza e obrigando-as a vaguear pelo desertoGrandes massas humanas começaram o ano a fugir da Somália e da Etiópia para o Iémen, enfrentando uma viagem perigosa. Outros migrantes dirigiram-se para a África do Sul, onde enfrentaram o risco de serem presos e deportados. Enquanto a dimensão da crise humanitária atrai a atenção da comunidade internacional, os apelos e os alertas habituais tardam em sortir efeito, embora tenham sido lançados com vários meses de antecedência. Pouco se aprendeu com as crises de fome do passado. Faltam planos para fazer face aos inevitáveis choques climáticos da região. Positivo mesmo foi a resposta humanitária a favor dos países do Corno de África, afetados pela seca, que registou um aumento da transferência de fundos. a seca foi particularmente terrível na Somália. as Nações Unidas declararam algumas regiões do centro-sul do país em situação grave de fome. Centenas de milhar de pessoas tiveram de fugir, ao longo de 2011, para o Quénia, aumentando desmesuradamente o número de refugiados no campo de Dadaab. as intervenções de socorro na Somália foram ainda perturbadas pelas milícias al-Shabab, que pilharam e impediram várias organizações de prestar auxílio às populações. a legislação antiterrorista americana também colocou entraves à ajuda humanitária nalguns casos. No norte do Quénia, as secas cíclicas causam frequentes percas de gado. O agravar-se da seca pode causar ainda maiores danos e pobreza. as repercussões da seca ao longo dos últimos meses, juntamente com o aumento dos preços alimentares, causaram alguma exacerbação dos conflitos nas regiões de pastorícia. Em outubro, as inundações no país, que terão atingido mais de 100 mil pessoas e obrigaram-nas a abandonar as suas terras, pondo em perigo a segurança alimentar. Na Etiópia, as fracas precipitações atmosféricas causaram penúria alimentar, atingindo particularmente as regiões Oromiya e Somali. O governo etíope lançou uma campanha internacional de recolha de fundos para socorrer três milhões de pessoas e só em maio é que a ajuda alimentar começou a chegar. Um programa de ajuda foi lançado em setembro para socorrer as populações mais vulneráveis do Tigray, uma das regiões etíopes mais atingidas pela insegurança alimentar. No Djibuti, o país experimenta a falta de preparação para enfrentar a seca. O problema da nossa região é que não nos preparamos bem para o que nós sabemos, de antemão, que vai acontecer, explicou o presidente Ismail Omar Guelleh. Passados apenas quatro meses das grandes precipitações atmosféricas, o país morre agora de fome e de sede. as Nações Unidas socorreram o Djibuti com uma verba de 3,2 milhões de dólares, para enfrentar a grave crise causada pela seca.