Os seis pescadores que sobreviveram ao naufrágio da sua embarcação entregaram hoje, 7 de janeiro, no Santuário de Fátima, o terço com que rezaram durante os três dias em que permaneceram na balsa de onde foram resgatados
Os seis pescadores que sobreviveram ao naufrágio da sua embarcação entregaram hoje, 7 de janeiro, no Santuário de Fátima, o terço com que rezaram durante os três dias em que permaneceram na balsa de onde foram resgatadosFechado numa pequena caixa de madeira, o terço foi entregue ao santuário no final do rosário, que antecedeu a eucaristia celebrada ao fim da manhã na Capelinha das aparições, refere a agência Lusa. Encabeçados pelo mestre José Coentrão, os seis pescadores participaram nas celebrações, juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, os dois pilotos do helicóptero da Força aérea que os resgatou e muitos familiares e amigos. José Coentrão disse aos jornalistas que está cumprida a promessa de entregar o terço com que rezou bem alto nas horas de maior desespero e que a experiência, que viveu entre a noite de 30 de Novembro e a manhã de 02 de dezembro, renovou a sua fé.

Chamei muitas vezes Nossa Senhora e muitas vezes pedi que cobrisse a balsa com o seu manto branco. Foi muito importante para a gente. Na última noite foi muito forte. Caiu um temporal muito forte e nessa noite rezei muito a Nossa Senhora, explicou. Ricardo amaral, um dos dois elementos da tripulação que avistou a valsa e conseguiu resgatar os seis homens com vida, confessou sentir-se orgulhoso por estar hoje com os pescadores e as suas famílias. a peregrinação a Fátima permitiu que tanto Ricardo amaral como Bruno Silveira tivessem um contacto mais chegado com os pescadores.

a homilia na Capelinha das aparições centrou-se nas 60 horas dramáticas vividas pelos pescadores do Virgem do Sameiro, um exemplo de quem experimentou viver na zona sombria da morte, mas não desanimou e acreditou. Para os cristãos não há acasos, mas também não há omissões, disse o capelão do Santuário, Manuel Santos, que presidiu à celebração, na qual foi acompanhado pelo pároco de Caxinas. Transpondo para a situação de crise que se vive no país, com muitos a serem assaltados pelo medo e pelo pânico, o celebrante deixou o desafio: façam o que fizeram os pescadores e o nosso país não se afundará.