Na rua pelo NíƒO ao aborto: Serafim Ferreira e Silva, bispo de Leiria-Fátima, em entrevista exclusiva à Fátima Missionária.
Na rua pelo NíƒO ao aborto: Serafim Ferreira e Silva, bispo de Leiria-Fátima, em entrevista exclusiva à Fátima Missionária. Pela vida, contra o aborto, o bispo de Leiria-Fátima diz que vai tomar “pílulas de paciência” e sair à rua para lutar pelo Não, no referendo

Fátima Missionária: O governo já manifestou a intenção de fazer um referendo sobre o aborto. Parece-lhe que é o tempo certo ou a população já deu a resposta, ainda há pouco tempo?

SERaFIM FERREIR a SILVa: Na pergunta está a resposta. acho que não podemos andar a brincar aos referendos. Foi feito um referendo há pouco tempo. a sensibilidade do povo, que não é estúpido, já foi manifestada. Qualquer outra agressão pode até ganhar, mas depois todos nós vamos pagar a factura.

FM: Os valores enraizados na sociedade e na cultura portuguesas estão a enfraquecer-se. Temos de novo a proposta de referendo sobre o aborto.

Todos nós sabemos qual é a posição doutrinal da Igreja. De facto pode haver um certo interesse que intoxica o comportamento ético; pode haver um certo condicionamento, um certo relacionamento. São componentes que vão alterar um bocadinho a reacção ou a acção.

Então, de facto, um casal que tem encargos económicos, a renda da casa, os estudos dos filhos mais crescidos. Quando há uma gravidez não desejada, o desespero bate à porta. E o desespero como que desorienta. Há causas atenuantes no mundo í­ntimo de cada um.

Na praça pública, devemos sempre defender a vida. Devemos dizer sempre que qualquer tipo de agressão à vida é uma fractura, eu ia dizer, para rimar, é uma loucura e o praticante é que paga a factura, ou toda a sociedade. Eu faço esta rima, com um carácter de trocadilho, para dizer que, seja a eutanásia, seja a cadeira eléctrica, seja a câmara de gás, seja a pí­lula, tudo são agressões, são ví­rus que vão adoecer a sociedade. a preocupação de um ser pensante é que a sociedade seja pura. Esteja de boa saúde.

Se, na vida social, se fala de um novo referendo, há uma certa sensibilização mediática, Política, partidária, ideológica, que pode levar a mudar a situação. Não vou agredir ninguém. Vou tomar pílulas de paciência. Vou lutar para que haja o respeito pela vida.