O final de um ano e o início de outro favorece a reflexão crí­tica sobre a situação do homem na terra. Para o filósofo brasileiro, Leonardo Boff, há dois grandes problemas que ameaçam o futuro do planeta: o aquecimento global e a superpopulação
O final de um ano e o início de outro favorece a reflexão crí­tica sobre a situação do homem na terra. Para o filósofo brasileiro, Leonardo Boff, há dois grandes problemas que ameaçam o futuro do planeta: o aquecimento global e a superpopulação«O final do ano oferece a ocasião para um balanço sobre a nossa situação humana neste planeta. O que podemos esperar e que rumo tomará a história?, questiona Leonardo Boff, num artigo de opinião divulgado pela agência adital. E responde à sua própria interrogação lembrando: «São perguntas preocupantes pois os cenários globais apresentam-se sombrios. Estourou uma crise de magnitude estrutural no coração do sistema económico-social dominante (Europa e USa), com reflexos sobre o resto do mundo.
O teólogo brasileiro estima que a humanidade está perante um juízo global sobre a forma como vive na Terra e sobre a relação que tem com ela. Para o mesmo, há dois problemas inter-relacionados e que podem afectar o futuro da humanidade: o aquecimento global e a superpopulação. «O aquecimento global é um código que engloba os impactos que a nossa civilização produz na natureza, ameaçando a sustentabilidade da vida e da Terra, caracteriza. Traz como consequência a emissão de bilhões de toneladas anuais de dióxido de carbono e de metano, substâncias muito nocivas. O aumento da população mundial, hoje calculada em sete mil milhões de habitantes, faz com que se explorem mais bens e recursos naturais. Consequentemente gasta-se mais energia e lançam-se para a atmosfera mais gases com efeito estufa, alerta o também filósofo.

as estratégias para controlar esta «ameaçadora situação são praticamente «ignoradas pelos governos e pelos tomadores de decisões, considera. E justifica: «O nosso individualismo arraigado tem impedido que nos encontros da ONU sobre o aquecimento global se tenha chegado a algum consenso. Cada país vê apenas o seu interesse e é cego ao interesse colectivo e ao planeta como um todo. Mas o pior é o antropocentrismo do ser humano: « a convicção de que nós, seres humanos, somos o centro de tudo e que as coisas foram feitas só para nós, esquecendo a completa dependência do que está em redor. É necessária humildade, alerta. O homo sapiens tem cerca de 130-140 mil anos, «uns minutos comparados com os bilhões de anos do universo e da Terra.