«O Natal é o acontecimento que faz encarnar o Verbo, levando Deus a passar à acção concreta de entrega e de doação plena a todos nós», afirma o bispo de Viseu

«O Natal é o acontecimento que faz encarnar o Verbo, levando Deus a passar à acção concreta de entrega e de doação plena a todos nós», afirma o bispo de Viseu

Ilídio Leandro defendeu, na homilia da Eucaristia de dia de Natal que o cristão «é chamado a viver a encarnação para a transformação do mundo, tornando-o Reino de Deus. O prelado assinalou ainda que este estatuto leva o homem a «sentir a responsabilidade de agir e de trabalhar pela implantação da justiça, da solidariedade, do amor e da paz. É «passar, permanentemente, da palavra à acção para a transformação do mundo, acrescentou.

«Encarnando nesta dupla transformação – de si mesmo e do mundo – o cristão está a celebrar, a viver e a levar as consequências do Natal e da Páscoa para o mundo e a semear o amor, revelando, em todos e em tudo, a presença de Deus Salvador, afirma o bispo. Para um cristão, a celebração do Natal é aceitar o desafio de «empenhamento na construção de um mundo novo, com entusiasmo, esperança e sem medo na certeza que não está só neste desafio.

O prelado criticou ainda que, «quando tudo corre bem e parece ser o dinheiro e os bens deste mundo a conduzirem as acções importantes, parece que não há lugar para Jesus nem para os Seus valores. aliás – denuncia – «tudo é feito para o calar e o eliminar das vidas e das relações humanas e sociais.

Mas quando se altera a situação, «parece começar a haver lugar, pois os bens deste mundo escasseiam e a crise parece levar a melhor, pondo a felicidade, a segurança e o bem-estar em perigo, com a esperança no futuro a vacilar. aí a «realidade acorda-nos e muitas questões, como o sentido da vida e as grandes questões humanas e sociais das pessoas e dos povos levam à reflexão. «Somos convidados, pela pressão dos factos e pela crueza da realidade da vida a passar “da palavra à acção” sendo cada um desafiado a tornar-se «vida, luz, esperança e amor solidário, capaz de construir comunhão, co-responsabilidade, justiça e fraternidade.