Presidente da Cáritas Portuguesa defende aumento de salários e pensões mais baixas, numa forma de «diferenciação positiva»
Presidente da Cáritas Portuguesa defende aumento de salários e pensões mais baixas, numa forma de «diferenciação positiva»Eugénio Fonseca considera que a Segurança Social devia ajudar mais as pessoas carenciadas face às dificuldades anunciadas para 2012, mas desconfia dessa possibilidade face à redução dos apoios sociais nos últimos anos. «Em termos da acção social directa – disponibilização de verbas para ajudar algumas famílias a fazerem face a despesas com a habitação, saúde e alimentação – já há mais de dois anos que não recebemos nada da Segurança Social, disse Eugénio Fonseca.

«Cortando nos salários e lançando as pessoas no desemprego, se não houver uma almofada social, só podemos esperar duas coisas: o desânimo e o aumento das tensões sociais”, afirmou, citado pela Lusa. a actual situação – adverte o responsável – conduzirá a um aumento do número de pessoas com depressões e de suicídios, bem como para o agravamento das tensões sociais, com conflitos nas ruas. actualmente, «se não fosse a sociedade civil, a situação seria mais dramática, confirma o presidente da instituição ligada à Igreja Católica.

Eugénio Fonseca considera que Portugal está a pagar o preço dos erros que tem vindo a cometer desde há muitos anos. «Houve um tempo desastroso no nosso país, que foi o tempo de uma formação profissional desregulada. Criámos uma nova profissão – os frequentadores de cursos – e, em termos políticos, cedemos às pressões de países parceiros para destruir todas as riquezas que tínhamos no nosso país, a agricultura e as pescas, sublinhou. Um estado de coisas em que «a nossa Justiça, muitas vezes, é forte com os fracos e é tão fraca com os fortes, concluiu.