Comités Populares da Copa 2014 asseguram não estar contra o evento desportivo internacional. é necessário sim respeitar os direitos das populações das cidades onde decorre o Mundial de Futebol, insistem
Comités Populares da Copa 2014 asseguram não estar contra o evento desportivo internacional. é necessário sim respeitar os direitos das populações das cidades onde decorre o Mundial de Futebol, insistem a comunidade da Trilha do Senhor, na capital do Ceará, é uma das 22 localidades que pode sofrer com as obras para a Copa 2014 ou Mundial de Futebol. a comunidade existe há mais de 70 anos. Está rodeada por 14 outras comunidades que também poderão ser afectadas pelo Veículo Leve Sobre Trilhos, conhecido por VLT, projecto que pretende facilitar a circulação de milhares de turistas que estarão na cidade para assistir ao evento desportivo. Cinco mil famílias serão afectadas e poderão ter que se deslocar.
Kássia Sales, moradora da Trilha do Senhor e integrante do Movimento de Luta em Defesa da Moradia, destaca a necessidade de respeitar a história das localidades afectadas. «É como se para eles aqui não houvesse vida. Nós temos escolas, igreja, associações, trabalhos sociais, curso de balet, inglês, vamos ter teatro. Estamos a encontrar a nossa qualidade de vida da forma que nos é possível. Mas toda essa luta, todo esse histórico não é levado em consideração. Nós não somos contra o VLT, mas somos resistentes no sentido de dizer que para ter VLT não é preciso ter remoção. O que se está a fazer é uma higienização, afastando os pobres para as margens, defende, segundo a agência adital.

« a gente não é contra a Copa. Mas a Copa tem que acontecer de uma forma que seja boa para o Brasil, garante Vitor Guimarães, integrante do Movimento dos/as Trabalhadores/as Sem Tecto e membro do Comité Popular da Copa Brasília e Distrito Federal. O responsável questiona a construção de um estádio em Brasília, calculado em 900 milhões de reais (370 milhões de euros), de acordo a adital. «Depois de terminar [o Mundial], o lugar vai ser usado para ser um centro, para abrigar grandes eventos, shows, as salas servirão de escritórios, de salas comerciais. Ou seja, é um custo absurdo que se vai ter para construir algo que no final não teria tanta necessidade. O dinheiro deveria ser destinado para a construção de casas para as pessoas que necessitam, considera.