países do Corno de África, Em 2011, voltam de novo à ribalta mundial devido a uma das piores crises de fome da sua história. Milhares de mortos são o resultado de tamanho drama
países do Corno de África, Em 2011, voltam de novo à ribalta mundial devido a uma das piores crises de fome da sua história. Milhares de mortos são o resultado de tamanho drama a Somália foi o país que mais sofreu com a fome. Cerca de metade da sua população, equivalente a 3,7 milhões de pessoas, sofreram os efeitos da crise. a situação agravou-se devido à falta de um governo de transição e aos constantes ataques dos radicais islâmicos do al Shabab. Em 20 de Julho, as Nações Unidas declararam estado de crise de fome em várias regiões da Somália. até Setembro, seis áreas do país já estavam afectadas. a combinação da seca com fome e um conflito de mais de 20 anos fez com que quase 300 mil somalis fossem obrigados a fugir para outras regiões da África. Os números são da responsabilidade do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). a maior parte deles instalou-se nos campos de refugiados do Quénia. O maior deles acolhe aproximadamente 450 mil pessoas e está situado na cidade de Dadaab. Se fosse uma cidade, esse campo seria a terceira mais populosa do Quénia, logo após Nairobi e Mombaça.

Criado em 1991, o campo foi destinado a abrigar 90 mil pessoas. Em Julho, quando a ONU decretou o estado de alerta, já acolhia 1. 300 novos refugiados por dia. No pior momento da crise, os somalis, após passarem dias e até semanas caminhando para chegar a Dadaab, tinham já de esperar para serem atendidos pelas agências humanitárias. algumas crianças que já estavam no acampamento sofriam de desnutrição moderada a aguda, pois não recebiam qualquer assistência a tempo. O problema da fome chegou a tal ponto que até al Shabab, a milícia vinculada à al Qaeda que controla grande parte da zona afectada, pediu ajuda às organizações não governamentais muçulmanas e não muçulmanas.

além dos somalis, três milhões de habitantes do Quénia, e 4,5 milhões da Etiópia foram afectados pela fome. Para amenizar o problema, o Banco Mundial, Estados Unidos, ONU e a União Europeia, além de dezenas de organizações não governamentais de todo o mundo, doaram milhões de euros ao continente. Nem assim conseguiram resolver a situação. Quase 250 mil pessoas estão em risco eminente de inanição, alertou em Novembro a Unidade de análise de Nutrição e Segurança alimentar da Somália (FSNaU), entidade ligada às Nações Unidas, que classificaram a seca na região como a pior em 60 anos. a crise de fome é a mais aguda desde 1991-1992 e a segurança alimentar da Somália a pior do mundo. Dezenas de milhares de pessoas morreram desde abril e é provável que continuem a morrer nos próximos meses, afirmou a FSNaU no seu relatório de Novembro.

Susannah Nicol, do Programa Mundial alimentar (PaM) para a Somália, afirmou que a maneira como o povo ganhava a vida na Somália foi tão afectada, que vai levar muito tempo para o país se reconstruir. E acrescentou: Muitas pessoas têm dívidas, mas o preço dos alimentos e do combustível continua alto. além disso, há pouco trabalho. a FSNaU acredita que a crise de fome no país terminará em 2012. Ficam de fora os refugiados que ainda poderão continuar afectados. a entidade avisa: Qualquer interrupção significativa da assistência humanitária pode ter como resultado o regresso ao problema.