Nepaleses são vítimas de falsas promessas de trabalho promovidas por agências de recrutamento. Os migrantes enganados tornam-se prisioneiros de dívidas contraí­das que não conseguem pagar, denuncia a amnistia Internacional
Nepaleses são vítimas de falsas promessas de trabalho promovidas por agências de recrutamento. Os migrantes enganados tornam-se prisioneiros de dívidas contraí­das que não conseguem pagar, denuncia a amnistia InternacionalCidadãos do Nepal recrutados por agências desse mesmo país asiático são explorados e sujeitos a trabalhos forçados, nos países do Golfo e na Malásia. Dos 150 trabalhadores inquiridos pela organização, 90 por cento foram enganados pelas empresas que os recrutou. Muitos não tinham folgas de trabalho, trabalhavam em condições perigosas ou apenas recebiam metade do salário que lhes tinha sido prometido.

Os cidadãos do Nepal esperam ter uma vida melhor no estrangeiro, mas «falham antes mesmo de partirem pois as agências de recrutamento enganam-nos acerca dos seus contratos de trabalho, explica a perita da organização sobre direitos dos migrantes na Ásia e Pacífico, Norma Kang Muico. Quando as vítimas se apercebem da situação, em grande parte dos casos, já estão prisioneiras de dívidas que entretanto contraíram. Sem forma de poder pagar os empréstimos tornam-se mais vulneráveis à exploração.

a amnistia Internacional lembra que a legislação do Nepal que regula o trabalho no estrangeiro, em vigor desde 2007, deveria proteger os trabalhadores migrantes. Cerca de 20 por cento do Produto Interno Bruto do país, para 2010 e 2011, provinha dos depósitos efectuados por trabalhadores migrantes. O Qatar é um dos maiores empregadores de trabalhadores do Nepal, em particular no sector da construção. Outros países de destino são a arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.