“Derramai, ó céus, o vosso orvalho. abra-se a terra e faça germinar o Salvador”, proclama o cântico de entrada da Eucaristia do 4º domingo de advento, às portas do Natal
“Derramai, ó céus, o vosso orvalho. abra-se a terra e faça germinar o Salvador”, proclama o cântico de entrada da Eucaristia do 4º domingo de advento, às portas do NatalEterno, omnipotente, infinito, santíssimo, quis Deus ter uma morada na terra no meio das suas criaturas. Na primeira leitura de hoje, decide o rei David construir essa morada, um templo para a arca da aliança, em que habitava Deus. Por meio do profeta Natã, diz Deus a David que não chegara ainda o tempo para lhe construir esse templo. Séculos depois, a um dado momento da história, decidiu o Deus infinito tornar-se um de nós, um ser humano.com todo o seu poder e sabedoria infinitos, preparou para o seu Verbo Eterno uma morada na terra e escolheu para essa morada a Virgem Maria de Nazaré. Para que essa morada fosse digna de o receber, preservou-a de toda a mancha de pecado. No momento por Deus escolhido, o Verbo encarnou no seio da Virgem Santa Maria e se fez homem.

No Natal, Deus tornou-se visível aos olhos e ao coração humano. Jesus, Filho de Deus e de Maria, viveu uma vida normal até ao momento de anunciar a Boa Nova da salvação. Para destruir o pecado e dar aos membros da humanidade o direito de viverem para sempre com Ele na sua morada do Céu, sofreu a sua paixão, morreu numa cruz e ressuscitou. Mas, num milagre de amor extraordinário, decidiu ficar connosco com o seu corpo, o seu sangue, a sua alma e a sua divindade na Eucaristia. Cristo decidiu elevar-nos a uma categoria muito superior à humana. No sacramento do Baptismo, Ele consagrou’ cada um de nós com o óleo da alegria, por meio da unção com o santo crisma. Foram estas as palavras dessa cerimónia: Deus todo-poderoso unge-te com o crisma da salvação para que sejas eternamente membro de Cristo sacerdote, profeta e rei. Desde o Baptismo, cada baptizado torna-se morada de Deus e, por direito e dever, anunciador da Boa Nova de Jesus Cristo.

No evangelho de hoje admiramos o pedido de Deus à Virgem Maria para que se torne Mãe do Redentor. Para esta dignidade escolheu Deus a mulher mais perfeita que tinha criado. Maria é o protótipo clássico da maneira ideal de ser mulher: toda cheia de vida, não escondeu ela para si as qualidades que tinha, mas pô-las a render ao serviço de Deus e dos outros, da humanidade inteira. Nós somos chamados a tomar parte neste movimento de salvação operado por Cristo. No Natal, Deus faz-nos uma oferta: o seu Filho Unigénito. a nossa parte é oferecermos a Deus o nosso ser, a nossa vida. Na Carta aos Romanos, São Paulo exorta-nos a oferecermo-nos a Deus, como vítima viva, santa e agradável (Rom 12, 1). Que dignidade a nossa: tornarmo-nos oferta agradável a Deus! E o advento é um tempo ideal para nos oferecermos a Deus, para, ao jeito da Virgem Maria, darmos o nosso Sim! ao Senhor.