Onda de ataques contra activistas de direitos humanos, em diferentes regiões do México, incluindo dois assassinatos, dois sequestros e uma mulher ferida, colocou em alerta vermelho as organizações civis
Onda de ataques contra activistas de direitos humanos, em diferentes regiões do México, incluindo dois assassinatos, dois sequestros e uma mulher ferida, colocou em alerta vermelho as organizações civisUm líder indígena, Trinidad de la Cruz Crisóstomo, do estado de Michoacán (oeste), foi sequestrado na semana passada, quando viajava com vários companheiros. Homens fortemente armados raptaram e assassinaram o líder indígena. Foi encontrado morto um dia depois com sinais de tortura numa estrada rural do povoado de Santa María Ostula. O activista havia defendido, durante os últimos anos, os direitos dos camponeses sobre a terra, especialmente contra grupos armados que pretendiam controlar a aldeia de Santa María Ostula, situada na rota de tráfico de drogas para Lázaro Cárdenas, na costa do Pacífico, um dos portos comerciais mais importantes do México.

O Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, liderado pelo poeta Javier Sicilia, denunciou o sequestro de duas ambientalistas numa aldeia de Guerrero. as duas mulheres pertencem a dois povoados próximos de Lázaro Cárdenas, onde foi apreendida grande quantidade de droga ilegal, que chega ao México por via marítima. Trata-se de um ataque aos defensores de direitos humanos e a todos aqueles que procuram justiça e dignidade para este país, e isso causa indignação, afirmou o poeta. O movimento liderado por Sicilia, cujo filho foi assassinado com outras sete pessoas em Março passado, cancelou vários encontros, por motivos de segurança.

Vários movimentos exigem do governo mecanismos de protecção dos defensores dos direitos humanos. O pedido foi apresentado ao presidente Felipe Calderón durante uma reunião com vítimas da violência do crime organizado, que nos últimos cinco anos deixou no México mais de 45. 000 mortos. a resposta da Comissão Nacional de Direitos Humanos limitou-se a emitir um comunicado, em 3 de Dezembro, afirmando que, de 2005 à data, foram solicitadas 42 medidas cautelares a favor de activistas. O Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade prevê que haverá uma época de terror e de ataques aos direitos humanos, afirmou um membro da organização. São crimes escandalosos”, afirmou alberto Herrera, representante da amnistia Internacional do México.