Sem renovação de gerações desde 1982, Portugal é hoje «um dos países do mundo com mais baixos í­ndices sintéticos de fecundidade». a população portuguesa está cada vez mais envelhecida
Sem renovação de gerações desde 1982, Portugal é hoje «um dos países do mundo com mais baixos í­ndices sintéticos de fecundidade». a população portuguesa está cada vez mais envelhecidaO Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou os resultados provisórios dos Censos 2011 e tirou algumas conclusões. Nos últimos 30 anos perdemos cerca de um milhão de jovens, entre os zero e os 14 anos, e ganhámos cerca de 900 mil idosos, ou seja pessoas com mais de 65 anos, resumiu Fernando Casimiro, coordenador do Gabinete de Censos 2011 do INE, refere a agência Lusa. Estamos significativamente mais velhos, explicou o responsável. Este fenómeno deve-se, em parte, a haver cada vez mais mulheres que têm cada vez menos crianças. De acordo com aquele especialista, desde 1982 que o índice sintético de fecundidade tem um valor que não permite a renovação das gerações.

Fernando Casimiro explicou que a renovação de gerações só seria conseguida se Portugal tivesse um índice superior a 2,1. Desde a década de 80, este índice está abaixo de 2. 1. a consequência é que temos hoje um dos índices sintéticos de fecundidade mais baixos do mundo. Em Portugal, para cada 100 jovens existem 129 idosos, mais 27 do que há dez anos. Em termos percentuais, 15 por cento da população é jovem e 19 por cento tem 65 ou mais anos. O índice de envelhecimento tem seguido uma tendência galopante, passando de 68 em 1991, para 102 em 2001 e 129 em 2011, lembrou o especialista.

No entanto, a população portuguesa continua a aumentar. Nos últimos dez anos registou-se um crescimento de cerca de dois por cento, atingindo um total de 10. 561. 614 residentes em 21 de Março último. O alentejo é a zona do país que perdeu mais população (2,5 por cento), seguida do Centro (1 por cento). O algarve e a Região autónoma da Madeira registaram aumentos de mais 14,1 e 9,3 por cento da população respectivamente. O número de municípios que perderam população passou de 171 em 2001 para 198 este ano. No interior nota-se mais a desertificação. Mas há excepções: Bragança, Viseu, Castelo Branco, Évora e Beja registaram um aumento. No litoral a população continua a crescer e são as áreas metropolitanas as mais atraentes.

De acordo com Fernando Casimiro, o aumento populacional ficou-se a dever sobretudo à ajuda da imigração. No que toca à diferença entre sexos, as mulheres estão em maioria em todo o país, existindo apenas oito excepções: Corvo, Lajes das Flores, Grândola, azambuja, Odemira, Monchique, Ribeira Grande e Porto Santo, onde ainda há mais homens. No dia censitário (21 de Março), 47 por cento da população estava casada, contra 40 por cento de solteiros. a maior percentagem de divorciados vive nas zonas de Lisboa (7,5 por cento) e algarve (7,2), contra o norte que mantém as taxas mais baixas de divorciados (4,5).