Quatro dos seis pescadores do ‘Virgem do Sameiro’, resgatados do mar, depois de três dias à deriva, participaram na procissão em honra de Nossa Senhora, em Vila do Conde
Quatro dos seis pescadores do ‘Virgem do Sameiro’, resgatados do mar, depois de três dias à deriva, participaram na procissão em honra de Nossa Senhora, em Vila do CondeNa Eucaristia de acção de graças pelo resgate dos seis pescadores, na paróquia das Caxinas, Jorge Ortiga salientou que o resgate foi «um acontecimento que não nos deixou indiferentes, que nos fez chorar perante a televisão e que certamente ainda nos comove nestes dias. O arcebispo primaz de Braga referiu-se à força da «oração que mantinha acesa a ínfima esperança de uma possível salvação, quando os pescadores se encontravam na balsa, sem comida nem agasalhos.

«Quisestes confiar em Deus, daí renasceu a esperança e encontraste o caminho da vida. alguns quiseram falar de milagre. Eu confirmei a minha fé: Deus existe, sublinhou o prelado aos fiéis que participaram na missa solene e procissão em honra de Nossa Senhora. Com Deus no coração «não há mar agitado que impeça a nossa caminhada, acrescentou. O bispo chamou os seis pescadores (dois deles não estavam presentes, um dos quais por se encontrar ainda internado) e disse-lhes: «Se uns defendem que o vosso resgate foi mera casualidade, somente vós sabeis o que é presenciar este sinal salvífico de Deus nas vossas vidas. Isto foi “milagre” (miraculum: admirar-se, contemplar algo fascinante), não porque aconteceu um fenómeno sobrenatural ou um facto cientificamente não comprovado.

Tudo se passou com o barco ‘Virgem do Sameiro’. E o primaz de Braga lembrou que «a Senhora do Sameiro é a Imaculada Conceição, ou seja, a mulher que soube estar sempre com Jesus, em atitude de permanente fidelidade e coerência com os princípios e valores em que acreditava. além da alegria e «graças a Deus pelo vosso resgate, queremos agradecer ainda a união da vossa comunidade. a comunidade de pescadores é «muitas vezes, fustigada pela crueldade de vidas ceifadas, recordou Jorge Ortiga. «Peçamos às entidades públicas que vos proporcionem maiores garantias de tranquilidade no imprevisível do mar traiçoeiro, disse ainda.