«Tenha-se recato em aludir ao viver acima das possibilidades. Há um mundo de portuguesas e portugueses que nunca as tiveram», afirma Januário Torgal Ferreira
«Tenha-se recato em aludir ao viver acima das possibilidades. Há um mundo de portuguesas e portugueses que nunca as tiveram», afirma Januário Torgal FerreiraNa Mensagem de Natal, o bispo das Forças armadas e Forças de Segurança defende que «os mais importantes deverão ser os que, no dia-a-dia, menos importam e por quem quase ninguém se importa. Januário Torgal Ferreira dirige-se a todos os que partilham as «causas da humanidade para assinalar que «a defesa dos princípios que regem a dignidade da pessoa compromete-nos no exercício de comportamentos limpos, sem conveniências nem interesses. O prelado considera que uma sociedade será julgada pelos valores da justiça e da solidariedade, «ao conferir aos mais abandonados o primado dos cuidados e do orçamento, construindo um desenvolvimento de cariz humano.

« a opção preferencial pelos mais vulneráveis nunca se poderá compadecer com apoios meramente circunstanciais, afirma Januário Torgal Ferreira. Em tempo de crise, o bispo das Forças armadas e Forças de Segurança estimula à esperança, «à arte, à honestidade e à coragem do possível, cumprindo, entre várias, a certeza de que a Terra é de todos e de que cada um tem jus ao trabalho, à estabilidade da família, à qualificação de um serviço profissional, ao respeito e à paz. E nas luzes do que tem sido feito e conseguido, a inquietação do vazio deve valer mais que o encantamento do conseguido.

«Na linha do pensamento social da Igreja, os frutos do trabalho comum devem ser divididos com equidade e justiça social; também nunca se respirará a tranquilidade enquanto não se experimentar que se é sujeito e não objecto da vida económica, social e política, salienta o prelado, que deseja «um Natal de verdade em 2011. O bispo critica a tentação de não mostrar os pobres para assinalar que «o Natal não vive esse pudor terrível! Um Menino pobre nasceu e apareceu no mundo e ensinou a «nunca ser natural a existência e fatal o crescimento, em número, dos excluídos.