a Organização das Nações Unidas fe­licitou, no passado dia 31 de Outubro, o nascimento de Danica May Camacho, nascida em Manila, nas Filipinas, considerada a bebé sete milhões

a Organização das Nações Unidas fe­licitou, no passado dia 31 de Outubro, o nascimento de Danica May Camacho, nascida em Manila, nas Filipinas, considerada a bebé sete milhões
a Organização das Nações Unidas fe­licitou, no passado dia 31 de Outubro, o nascimento de Danica May Camacho, nascida em Manila, nas Filipinas, considerada a bebé sete milhões, que marca o culminar de uma fase de grande crescimento populacional que caracterizou o século passado.com efeito, a bebé sete milhões representa a desaceleração do crescimento e o envelhecimento da população e, com isso, a necessidade de um novo pacto geracional. O século XX ficou marcado por um crescimento sem precedentes da população mundial. O seu número quadruplicou em cem anos, passando de 1,6 para 6,1 mil milhões de pessoas. Três razões fundamentais contribuíram para este processo: os excepcionais avanços médicos e farmacêuticos, a melhoria das condições sanitárias, bem como novos comportamentos de higiene, e a revolução agrícola. 2050: 1,4 mil milhões de idososEstes aspectos, aos quais poderíamos associar ainda a melhoria das condições de trabalho que permitiram aumentar a esperança de vida da população, têm assegurado o crescimento populacional, apesar das taxas de fecundidade registarem uma tendência para diminuírem. Deste modo, estima-se que dos 9 mil milhões de habitantes que o planeta terá em 2050, ou dos 10 mil milhões em 2150, uma parte cada vez maior será constituída por idosos. Em 2050, as pessoas com mais de 65 anos constituirão cerca de 16 por cento da população mundial, duas vezes mais do que eram em 1950 (5,2 por cento) e mais do dobro da percentagem actual (7,2 por cento). Entre 1950 e 2050, a idade média da população mundial passará dos 24 para os 38 anos, e prevê-se que a população idosa será constituída por 1,4 mil milhões de pessoas. Reinventar um novo pacto socialEstas estimativas colocam um novo desafio à humanidade. O crescimento da população, suportada por altos índices de fecundidade, e um elevado número de jovens estruturaram a organização social e política dos estados. De uma forma geral, temos tendência para esquecer que a constituição etária das sociedades explica parte da nossa história contemporânea. a vida no século XX estruturou-se, em grande medida, em torno do poder da sua juventude, ao nível político, económico, social e cultural. Esquecemo-nos, por exemplo, que o crescimento económico assentou, em grande parte, numa população activa jovem e que várias revoluções sociais, políticas e culturais que conhecemos talvez não tivessem tido lugar se não fosse o seu peso social. a denominada Primavera Árabe é disso um dos exemplos mais recentes. a Tunísia, o Egipto, a Síria, o Iémen, a Líbia são expressões de explosões sociais, onde os jovens assumem um papel determinante. Por isso, é natural que se avizinhem importantes mudanças sociais à medida que a população se vai tornando mais idosa. Sabemos o que isso significa quando falamos da crise que se verifica nos sistemas de saúde e de segurança social. Mas o maior desafio que se nos coloca não será apenas gerir os recursos, mas reinventar um novo projecto e um novo pacto social que permita a continuidade de um projecto solidário de sociedade.