Uma após outra, as nossas cidades anunciam cortes nos gastos tradicionais das festas natalícias
Uma após outra, as nossas cidades anunciam cortes nos gastos tradicionais das festas natalíciasas poupanças tornam-se inevitáveis no momento actual e são poucos os municípios que escapam à tirania da crise. Mais dramáticos e dolorosos são os cortes a que as famílias são forçadas a recorrer. a supressão de metade do subsídio de Natal, com o qual contavam para o equilíbrio do orçamento familiar, as prestações vencidas à espera de cumprimento, o desemprego e demais problemas sociais atingem, sem dó nem piedade, a mesa das famílias. É um apagão geral prenunciado. Do mesmo modo, na redacção e administração, sentimos os efeitos devastadores da crise: assinantes que, ao reverem os seus orçamentos, são obrigados a cortar no que julgam menos essencial para a vida de cada dia. as obras e actividades missionárias encolhem-se com as limitações penalizadoras. Mas o tempo não é de baixar os braços. É nas dificuldades que se forjam as vontades e se conseguem êxitos impensados. Quando os constrangimentos são maiores, compreendemos mais facilmente aqueles a quem, muitas vezes, falta o essencial no dia-a-dia.com esta esperança, os missionários da Consolata têm a ousadia de apresentar um novo projecto para 2012: Uma maloca para todos. É a mesma ousadia que levou um casal de Leigos da Consolata portugueses corajosos, juntamente com um jovem missionário coreano também da Consolata, a plantarem a sua tenda no meio dos indígenas de Soplin Vargas, no Peru, para caminharem de mãos dadas e ajudarem a sair do isolamento e abandono em que se encontram.como a união faz a força, convidamos os amigos a juntarem-se a nós, a esta equipa missionária, para apoiarmos os índios da floresta amazónica peruana na construção da maloca, casa do encontro e da comunhão. O tempo de advento e Natal é, para os cristãos, tempo de visitação. Deus visita o seu povo, enviando o seu Filho, sobretudo, aos pobres e famintos, aos mais pequenos e aos humildes. Maria encarna este espírito de visitação, colocando-se em movimento e dirigindo-se a toda a pressa para a região montanhosa da Judeia, para visitar a prima que estava para ser mãe, trilhando os futuros passos da missão de Jesus. Torna-se assim modelo da Igreja, convidada a pôr-se a caminho para visitar os homens e mulheres de hoje e a levar-lhes a esperança num mundo diferente. Somos todos convidados a viver em contínua visitação, como a viveram Maria e Isabel. as dificuldades do tempo presente requerem uma presença mais próxima e solidária. Ninguém pode fechar-se no aconchego da sua casa, indiferente aos sofrimentos e angústias do próximo. as boas festas que desejamos aos nossos leitores em tempos de crise, como estes que vivemos, passam pela capacidade de nos levantarmos e nos dirigirmos apressadamente até às casas dos nossos irmãos em dificuldade para os socorrer e partilhar com eles o pão da esperança. É condição para experimentarmos a alegria e o gáudio de Maria e Isabel neste mundo atribulado.