Rendimentos baixos das famílias bolivianas obrigam ao trabalho infantil. Engraxadores, vendedores ambulantes, limpa-vidros e transportadores são as tarefas mais comuns a que são sujeitas as crianças
Rendimentos baixos das famílias bolivianas obrigam ao trabalho infantil. Engraxadores, vendedores ambulantes, limpa-vidros e transportadores são as tarefas mais comuns a que são sujeitas as criançasUm estudo recente, intitulado Infância sem direitos, concluiu que 3. 500 crianças e adolescentes trabalham nas ruas e estradas de Santa Cruz Montero, Camiri, San Ignacio de Velasco e el Torno, na Bolívia. Conduzido pelo Observatório Infanto-Juvenil da universidade Gabriel René Moreno e pela fundação dos Serviços de Estudo, projectos e análises (SEPa), o inquérito mostra que 40 por cento dos menores não frequenta a escola e apenas 35 por cento vive com os pais, refere a agência Fides. Sem qualquer tipo de seguro sanitário no trabalho, as crianças estão excluídas da assistência médica e quatro em cada dez são maltratadas no âmbito laboral, escolar e familiar.

Perante a gravidade da situação, a SEP a aponta a necessidade de maiores investimentos e tutela dos direitos fundamentais da infância e adolescência. No estudo apresentado estão publicados os dados relativos ao estado dos grupos ou gangues de bairro. São 170 grupos que abrangem 6. 633 jovens. Entre estes gangues, 12 poderiam figurar no campo da criminalidade gerida por adultos que usam as crianças para o microtráfico de droga e armas. Estes grupos formam-se porque falta o apoio às famílias, independentemente do rendimento.