Exército da Birmânia está a cometer graves violações dos direitos humanos contra as minorias étnicas kachin, na guerra no norte do país. Tais violações podem ser classificadas como “crimes de guerra”
Exército da Birmânia está a cometer graves violações dos direitos humanos contra as minorias étnicas kachin, na guerra no norte do país. Tais violações podem ser classificadas como “crimes de guerra”Enquanto a secretário de estado norte-americano, Hillary Clinton, se prepara para visitar a Birmânia, duas organizações não-governamentais – a Partners e a Christian Solidarity Worldwide (CSW) – apresentaram em Banguecoque um novo relatório intitulado Crimes no norte da Birmânia. O documento de 60 páginas foi preparado depois de missões de investigação terem recolhido testemunhos directos nas áreas do conflito. Contém textos, testemunhos pessoais e fotografias que provam as atrocidades que são cometidas na guerra civil em curso.

Desde 9 de Junho último, foram retomadas no estado Kachin, norte da Birmânia, violentas hostilidades entre o exército birmanês e o Exército Independente Kachin. Os membros das duas organizações estiveram na zona do conflito e recolheram testemunhos de assassinatos, disparos sobre civis, utilização de escudos humanos, prisões e detenções ilegais, deslocações e trabalhos forçados, furto e destruição de propriedade. Enquanto se fala de reformas políticas, a situação das minorias étnicas é a pior desde há décadas com abusos que violam o direito internacional e humanitário. Já fugiram do conflito mais de 30 mil civis.

a organização Partners convida a secretário de estado Hillary Clinton a promover um cessar-fogo imediato, acompanhado de reformas políticas. a outra organização, Christian Solidarity Worldwide, escreveu uma carta aberta a Hillary Clinton solicitando que o regime cesse de atacar as minorias étnicas, a declarar um cessar-fogo a nível nacional, a libertar os prisioneiros políticos, a empenhar-se num processo significativo de diálogo com as minorias étnicas e o movimento democrático di aung San Suu Kyi. a organização denuncia graves e constantes abusos dos direitos humanos cometidos pelo exército birmanês nas áreas étnicas e, em particular, no estado Kachin. Condena a violação da liberdade religiosa com ataques a pastores cristãos, sacerdotes e igrejas do estado de Kachin, a discriminação dos povos muçulmanos Rohingya e o arrastar-se da detenção de monges budistas.