«O homem pós-moderno pensa que se tornou o dono de todos os aspectos da vida, Deus parece ausente», afirmou o Papa
«O homem pós-moderno pensa que se tornou o dono de todos os aspectos da vida, Deus parece ausente», afirmou o PapaNa recitação do ângelus, Bento XVI defendeu que «a vida não tem somente a dimensão terrena, mas é projectada rumo a um “além”. No dia do juízo final, cada um é «chamado a dar conta de como viveu, de como utilizou as próprias capacidades: se as reteve para si ou as fez desfrutar para o bem dos irmãos, acrescentou, perante milhares de fiéis, na Praça de São Pedro.

No primeiro domingo do advento, o Santo Padre citou uma passagem do profeta Isaías, para reflectir sobre a condição humana contemporânea: «Ele reconhece as faltas da sua gente e a um certo ponto diz: “Não há quem invoque o Vosso nome, quem se levante para se apoiar em Vós porque escondestes de nós a Vossa face e nos entregastes às nossas iniquidades”, lembra o bispo de Roma.

Neste mundo pós-moderno, «as cidades onde a vida se torna anónima e horizontal, onde Deus parece ausente e o homem o único dono, como se fosse ele o artífice e o realizador de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, a ciência, a técnica, tudo parece depender apenas do homem. E às vezes – continuou Bento XVI – neste mundo que parece quase perfeito, «acontecem coisas perturbantes, ou na natureza, ou na sociedade, pelas quais nós pensamos que Deus se tenha retirado, por assim dizer, nos tenha abandonado a nós mesmos, salientou.

O Papa apelou a que sejam dadas «respostas credíveis e solidárias às mudanças climáticas, na véspera da conferência mundial sobre o clima que decorre a partir de 28 de Novembro, Durban, na África do Sul. «auguro que todos os membros da comunidade internacional concordem numa resposta responsável, credível e solidária a este preocupante e complexo fenómeno, tendo em conta as exigências das populações mais pobres e das gerações futuras, frisou Bento XVI.